O comportamento reprovável dos que tentam levar vantagem não respeita nem mesmo a crise sanitária que o País e o mundo se encontram atualmente. Escassas, as vacinas contra a Covid-19 têm sido alvo da ganância de cidadãos que tentam furar a fila da preferência no processo de imunização. Os exemplos estão diariamente no noticiário, lamentavelmente.

Com isso, algumas iniciativas tentam evitar que malandros tomem a vacina antes dos que realmente dela precisam. Entre estes malandros estão toda sorte de indivíduos – de pessoas comuns a autoridades públicas.

Na quinta-feira, em sessão ordinária, a Câmara de Americana emulou outros municípios e tentou emplacar uma lei que obriga a prefeitura a divulgar quem são as pessoas vacinadas. A autoria do projeto é do vereador Gualter Amado (Republicanos). A proposta foi aprovada em primeira discussão, mas precisa de uma nova votação para se tornar uma determinação ao governo municipal. Ainda assim, a prefeitura poderá vetá-la, caso assim entenda.

A divulgação dos vacinados é uma tentativa de dar transparência ao processo de imunização diante do temor de fraudes. É uma iniciativa que parece ser necessária, já que permite o escrutínio público de um ato que é de responsabilidade da prefeitura, mas desde que não invada e não dê publicidade a dados pessoais de imunizados.

A medida encontra lastro em outras cidades do País. No Amazonas, por exemplo, a própria Justiça determinou que a Prefeitura de Manaus divulgue a lista de vacinados. Em Blumenau (SC) e Vilhena (ES), a iniciativa partiu dos próprios governos municipais.

Seria importante se Americana e até mesmo outras prefeituras da região se empenhassem em dar transparência a um procedimento que tem sido questionado neste início. Um ato que pode demonstrar o comprometimento com a eficiência na imunização e um recado aos que tentam burlar o sistema.