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Editorial

Incompetência e desconfiança

A má condução do enfrentamento da pandemia pelo governo federal tem novo episódio, que cria desconfiança sem qualquer respaldo ou diálogo

Por Redação

19 de setembro de 2021, às 08h36 • Última atualização em 19 de setembro de 2021, às 08h38

A recomendação de suspensão da vacinação contra a Covid-19 dos adolescentes, na última semana, pelo Ministério da Saúde, é mais um atestado da incompetência com o que o governo federal tem lidado com crise tão séria e impactante como esta pandemia. Na quinta-feira, a pasta que deveria liderar a condução do enfrentamento contra o coronavírus passou a não mais concordar com a imunização de pessoas entre 12 e 17 anos sem comorbidades.

Segundo o ministro Marcelo Queiroga, a decisão pela suspensão se deu por conta de relatos de eventos adversos em um grupo baixíssimo (0,042% do total) de adolescentes que tomaram vacina. A situação, entretanto, não seria suficiente, segundo a análise de especialistas, para comprometer a campanha para este grupo. Tampouco há decisão contrária sobre o assunto por parte do órgão do qual partem as recomendações sobre as vacinas no País, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

“Não há evidências científicas que embasem a decisão de interromper a vacinação de adolescentes, com ou sem comorbidades. A Sociedade Brasileira de Imunizações, portanto, entende que o processo deve ser retomado, de acordo com o que já foi avaliado, liberado e indicado pela Anvisa”, traz um dos manifestos que criticaram a medida do ministério.

Como pano de fundo de mais uma polêmica criada pelo governo federal denota-se a aparente falta de vacinas suficientes para completar a imunização dos brasileiros, um reflexo, ressalte-se, da absurda indisposição da gestão do presidente Jair Bolsonaro de empenhar-se ao máximo para garantir os imunizantes ao País, situação que é alvo de investigação da CPI da Covid no Senado.

Sem o mínimo de diálogo, as autoridades máximas de saúde novamente tropeçam nos deveres e, de quebra, voltam a lançar desconfiança pouco embasada sobre temas respaldados pela comunidade científica.

O Liberal

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