Editorial
Imunização em disputa
Por Redação
18 de outubro de 2020, às 09h03
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A busca por uma vacina que proteja a população contra o novo coronavírus (Covid-19) tem sido intensa desde o início das infecções que mataram milhões pelo mundo. No Brasil, ao menos duas ainda sob análise caminham na dianteira para se tornar a imunização necessária para a população.
Uma delas é a produzida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, na Inglaterra. A expectativa é de que os resultados da fase de teste fiquem prontos até novembro e que, após aprovação pela Anvisa, a vacinação comece em janeiro para parte da população.
Outra em fase adiantada é a produzida pelo laboratório chinês Sinovac. Chamada CoronaVac, a vacina deve ter seus resultados apresentados à Anvisa nesta semana, segundo informações do governo paulista, que negociou o fornecimento de 46 milhões de doses até dezembro deste ano.
Levado em conta o empenho da ciência nesta pandemia, os prognósticos para que haja uma campanha de vacinação em breve são positivos. Mas, no Brasil, o aspecto político pode tornar a expectativa algo impossível de se prever.
Na última semana, uma apresentação do Ministério da Saúde do cronograma de vacinação abriu uma crise com os Estados. A pasta ignorou a vacina negociada em São Paulo.
A omissão denota ser claramente ideológica, tal como autoridades têm conduzido a crise sanitária no País – o maior exemplo é o presidente Bolsonaro que antagoniza com o governador João Doria (PSDB) no enfrentamento.
Após tantas mortes, doentes e prejuízos ao Brasil, não se espera, é óbvio, que a tão aguardada imunização seja alvo de um comportamento que coloca a política e a ideologia acima de vidas humanas. É preocupante que órgãos como o ministério tratem a situação de tal maneira. Espera-se que o jogo político, assim como o vírus, não continue a fazer ainda mais vítimas.
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