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Histórias do Coração

Débora e Nilton

História desse casal mostra que a gente não nasce com um calendário dizendo o dia certo para começar cada uma das coisas que são esperadas de nós; leia a coluna Histórias do Coração desta semana!

Por Carla Moro

01 de agosto de 2021, às 09h22

Todos nós crescemos com a ideia de que há um tempo certo para todas as coisas, como o tempo de ir à escola e de saber o que fazer quando sair; ou o tempo de namorar, casar, ter filhos. Mesmo que fique claro a todo momento que não nascemos com um calendário dizendo o dia certo para começar cada uma das coisas que são esperadas de nós, ainda sim esperamos. Esperamos e torcemos.

Débora e Nilton – Casamento em 10 de novembro de 2018 – Foto: Divulgação

Quando a Débora e o Nilton se conheceram, em 2015, ela me conta que já não esperava mais pelo amor, pelo casamento ou por todas essas coisas que acreditamos que têm o tempo certo para acontecer. A Débora achava que seu tempo já tinha passado e, por isso, não havia mais possibilidade de acontecer.

Em 2015, fazia quase um ano que o Nilton havia voltado do Japão. Um dia, uma prima falou pra ele sobre um aplicativo de relacionamentos, desses em que, em um deslizar de tela, podemos escolher alguém para conhecer melhor. Os mais otimistas acreditam que em um aplicativo de relacionamento é possível encontrar um amor. Os mais sortudos, conseguem realmente encontrá-lo.

As amigas da Débora que insistiram para que a moça instalasse o aplicativo. No dia em que esbarrou com a foto do Nilton, ela estava quase desistindo. Existe uma beleza na espera e no acreditar. Quanto maior é aquilo que desejamos, mais difícil é esperar. Quanto mais queremos acreditar, mais difícil é acreditar quando finalmente acontece.

Depois de uma semana de conversa, a Débora convidou o Nilton para encontrá-la em uma comemoração de aniversário no Altena, casa de chopp conhecida aqui em Americana. O combinado era que, se se gostassem pessoalmente, o Nilton poderia dar uma carona para ela na hora de ir embora. Caso contrário, ela voltaria com a amiga. A amiga que disse para a Débora, ao ver a foto do Nilton, que com aquele moço ela se casaria.

Naquele dia, claro, a carona aconteceu. O amor também, mas diferente do amor que a Débora tinha imaginado durante todos os anos que antecederam aquele encontro. O amor real costuma ser mais duradouro que o amor idealizado, justamente porque é possível tocá-lo e senti-lo. O amor real foi o que a Débora pode sentir em dezembro de 2016, quando o pedido de casamento aconteceu.

Às vezes, quanto mais queremos uma coisa, mais difícil é acreditar quando ela finalmente acontece. O Nilton tinha ido com a mãe escolher as alianças. No fim do expediente, passou para buscar a Débora, que não queria sair depois de um dia cansativo de trabalho. Mas ela foi. O Nilton nunca foi a pessoa que a Débora idealizava, mas as lágrimas do moço durante o pedido de casamento mostraram que ela podia acreditar naquele amor. Ele era real.

Esperamos pelo amor da vida, pelo emprego dos sonhos, pela viagem perfeita. Mas, quando acreditamos que o tempo certo passou e aquilo que queríamos não aconteceu, deixamos de esperar. Não nos casaremos mais, se isso não aconteceu até os 35? Não teremos o emprego dos sonhos, se ele não chegar antes dos 40?

A história do coração deste domingo vem nos mostrar que estávamos enganados. Não há a idade certa para o amor. Há o amor, apenas. E duas pessoas dispostas a vivê-lo, como a Débora e o Nilton.

Carla Moro

Formada em Letras pela Unesp, Carla Moro faz neste blog um registro da trajetória dos casais! Quer sugerir sua história para a coluna? Envie um e-mail para colunahistoriasdocoracao@gmail.com