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É tempo de achar a moeda perdida

Por José Odécio de Camargo Junior

17 de abril de 2020, às 13h22 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 13h23

Por decisão do Ministério da Saúde, que seguindo orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), já estamos prestes a completar trinta dias corridos em isolamento social, isso se não prorrogar mais. O cidadão comum ainda não consegue saber quanto tempo essa determinação irá durar porque cada país tem reagido de uma forma ao vírus. São climas e realidades totalmente distintos.

A verdade é que não me recordo de ter passado tanto tempo dentro de casa nos últimos anos. Essa deve ser a realidade de muitos pais de família, de mães que saem para buscar o sustento dos filhos e jovens que entram na desenfreada busca pelo crescimento econômico e social.

Pensando bem, socialmente a pandemia veio para salvar a humanidade. Os psicólogos que o diga! Éramos hóspedes em nossas casas, não mais integrantes. Nossos lares passaram a ser nossos próprios albergues que nos abrigavam depois de uma longa jornada diária.

Esse ano, o ano da Covid 19, completo 30 anos de casamento. Tenho uma filha casada e outra que já mora fora para estudar. Há anos não dividia tarefas domésticas com minha esposa e confesso que tem sido essencial para o cultivo da cumplicidade, do romance, do amor.

Li uma vez na Bíblia que uma mulher perdeu uma moeda dentro de sua casa, fez questão de procurá-la e quando encontrou fez uma festa digna de convidar a vizinhança. Isso me leva a pensar que esse tempo tem nos feito procurar as moedas que perdemos na intimidade dos nossos lares. Moedas como o companheirismo, a suficiência de estarmos com nossa família, de valorizar nosso lar e as pequenas coisas que temos. Que não importa quão grande seja a tempestade lá fora, nosso lar ainda está em paz.

Quando tudo acabar, cabe a nós termos encontrado a moeda perdida ou não. Quando enfim acharmos, chamaremos os vizinhos para festejar. Porque nesse tempo aprendemos que em primeiro lugar, a festa deve acontecer dentro dos nossos lares, só então abrimos para o externo, que também amamos, mas entendemos que nesse tempo, a alegria fora é apenas consequência.

*José Odécio de Camargo Junior é advogado

Colaboração

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