Histórias de Americana
Delmira: história de uma americanense
Por Gabriela Simonetti Trevisan
04 de julho de 2019, às 09h21 • Última atualização em 28 de abril de 2020, às 09h22
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Delmira Marta de Oliveira foi uma importante professora na história de Americana. Nascida em 29 de julho de 1884, em Itapetininga, era irmã do também professor Silvino José de Oliveira.
A partir de jornais, vê-se que, em 1902, começa a carreira no Grupo Escolar de Limeira, mas, já em 1903, atua em Pirassununga, onde trabalha até 1908.
Delmira casou-se por volta de 1906 com Cândido Cruz, farmacêutico maranhense que se instalou na então Villa Americana e, depois, formou-se médico em São Paulo.
O casal morava em uma casa chamada de “Villa Delmira”, localizada onde atualmente funciona o Colégio D. Pedro II, no centro da cidade.
Em 1921, ambos protagonizam uma cena criminal na cidade: no dia 12 de fevereiro, Cândido, então subprefeito, é morto no comércio de Florindo Cibin pelo irmão de Delmira, Juquinha, com cinco tiros.
O acusado alegou que ele traía sua irmã com a esposa de seu também irmão Silvino José de Oliveira, a professora Olympia Barth de Oliveira, além de supostamente maltratar Delmira.
A viúva, por sua vez, dá seu depoimento sobre o caso e, de forma discreta, afirma que Cândido frequentava bastante a casa de Silvino e Olympia contra sua vontade, o que causava conflitos. Juquinha foi condenado a 6 anos de prisão, o máximo permitido naquele momento.
Nessa época, em 1921, Delmira é citada nos jornais como responsável pelos primeiros grupos escolares de Villa Americana.
Algum tempo depois, Delmira contrai segundas núpcias com Flávio Lopes, farmacêutico que atuou como vice-prefeito na emancipação de Americana, em 1924.
Delmira trabalhou ainda por muitos anos como professora: em 1935, é citada como docente da Escola Heitor Penteado, e, em 1949, já idosa, dirige a Escolinha Santa Maria, em Americana.
Delmira Marta de Oliveira falece em 14 de agosto de 1960, com 76 anos. Hoje, nome de uma escola estadual no bairro Mathiensen, é homenageada por uma vida de dedicação à educação, permeada de intrigantes histórias pessoais.
*Gabriela Simonetti Trevisan é membro do grupo Historiadores Independentes de Carioba, dedicado à pesquisa histórica sobre Americana
Blog abastecido pelo grupo Historiadores Independentes de Carioba, que se dedica à pesquisa histórica sobre Americana.