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Economia no dia a dia

Cooperativa como alternativa de produção e renda

Em momentos de crise com o que estamos vivendo, cooperativa é uma alternativa de ocupação, trabalho e renda para quem está desempregado

Por Marcos Dias

23 de julho de 2020, às 08h53 • Última atualização em 23 de julho de 2020, às 09h08

Em momentos de crise com o que estamos vivendo, surgem (ou ressurgem) diversas alternativas de ocupação, trabalho e renda para pessoas e famílias que perderam seus empregos. Uma destas alternativas é a formação de cooperativas de produção ou de serviços, um tipo de ocupação produtiva muito antiga no País, mas muito pouco difundida como fonte viável de renda para pessoas e famílias.

Uma cooperativa é definida como um tipo de sociedade de pessoas, sem fins lucrativos, sem receita própria, regulada por lei especial, sendo o cooperado ao mesmo tempo dono e usuário do  “empreendimento”.

As cooperativas são regulamentadas, no caso brasileiro, pela Constituição Federal, pelo Código Civil brasileiro e também por uma lei específica, a Lei no. 5764 de 1971 (conhecida como “Lei do Cooperativismo”).

As cooperativas são as únicas formas de organização produtiva alicerçadas na doutrina da aplicação universal de valores e princípios que convergem para a construção de um mundo economicamente e socialmente mais justo e igualitário. Nesse modelo produtivo, que tem sua origem a partir da necessidade das pessoas de uma localidade (geração de renda, por exemplo), o ser humano é o centro das atenções, e o dinheiro (ou a acumulação dele) é simplesmente um meio para chegar às soluções do uso compartilhado entre os membros da cooperativa.

Os resultados financeiros obtidos são divididos entre os cooperados seguindo os critérios do equilíbrio e da igualdade de direitos, na proporção de seu esforço e dedicação à cooperativa. Ou seja, nesse modelo social de produção não existe a transferência de renda de uma pessoa para outra, pois não existe a figura do “dono do negócio”, já que todos são “donos”. Não existe, portanto, o lucro, e todos como cooperados prosperam conforme a intensidade da participação e dedicação ao trabalho.

Por surgir do lugar onde as pessoas moram, a cooperativa possui uma identificação muito grande com o ambiente local, e pode gerar progresso econômico e social partir da aptidão e do potencial cultural e econômico das pessoas e famílias do lugar onde a cooperativa está instalada, resultando em melhoria na qualidade de vida de todas as pessoas residentes ali, associados ou não.

As cooperativas são organizações produtivas de caráter democrático, pois seus líderes são escolhidos entre os associados, de forma periódica e intercalada, e todas as decisões são estabelecidas de coletivamente por meio de reuniões. Por isso elas permitem o fortalecimento dos vínculos sociais, políticos e econômicos do lugar onde estão, fortalecendo o bairro ou vila perante os representantes municipais, como a prefeitura ou a câmara municipal.

Portanto, as cooperativas caracterizam-se por aliar diretamente, na mesma organização, dois aspectos fundamentais ao desenvolvimento humano: a racionalidade econômica (a produção para a satisfação das necessidades pessoais) e a solidariedade social.

Marcos Dias

Conteúdo desenvolvido pelo economista e professor de economia da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Americana, Marcos Dias.