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Flash!

Até o que é moderno envelhece

O blog Flash! trata da capacidade transformadora da tecnologia e as mudanças que causa no comportamento das pessoas

Por João Brunelli

25 de dezembro de 2022, às 08h51

Em 1996, a Mercedes-Benz apresentou um protótipo que, no lugar de um volante, alavancas e pedais, era controlado por um joystick. Alguns jornalistas tiveram a chance de guiar o carro e definiram a experiência como “jogar um videogame” ou “pilotar uma nave espacial”, mas também reportaram algum estranhamento ou desconforto com a experiência. Sobre isso, um representante da marca alemã respondeu que o veículo “não havia sido feito para eles”, mas sim para uma outra geração. O que inevitavelmente me faz pensar no Facebook.

As redes sociais sempre foram parte da espinha dorsal da internet. Inúmeros serviços apareceram em todos os cantos do mundo (alô, Orkut?), mas nenhum conseguiu o tamanho, durabilidade e presença do Facebook.

Lançado em 2004, alcançou a dominância das redes sociais praticamente em todo o mundo no final da década de 2010 e por lá ficou. Isso significa que existe um universo de pessoas da geração Z – que tem entre 25 e 15 anos –, que cresceu num mundo em que o Facebook era a rede social de seus pais e avós, o que não é exatamente um grande atrativo nesta fase da vida.

Todos os estudos de mercado apontam mais ou menos a mesma coisa. Enquanto o Facebook é extremamente popular entre os que têm mais de 25 anos, outras redes – como o TikTok – são populares entre os mais jovens. Além disso, algumas pesquisas apontam um “envelhecimento” da base de usuários do serviço pelo menos desde 2015 (fonte).

Mas será que é só isso mesmo?

O Instagram – a outra rede social da Meta – não parece enfrentar os mesmos problemas de seu “irmão”. Seu tráfego ainda é alto e ele mantém sua popularidade em alta entre todas as idades.

Minha aposta é que seu formato – uma timeline com posts e contatos de amigos, rodeada por um mar de anúncios – começa a parecer antiquado para um público que vive explorando novas formas de comunicação.

É claro, você pode gostar do Facebook. Seus amigos estão lá e seus anúncios funcionam muito bem e dão bons resultados. Mas a questão não é essa.

O tempo passa rápido. E, em poucos anos, seu público pode estar numa outra rede social enquanto você desperdiça boas oportunidades de negócio simplesmente anunciando no lugar errado. Num primeiro momento, anunciar nestes novos lugares pode parecer a sensação de dirigir um carro sem volante. Mas lembre-se: talvez aquele site simplesmente não foi feito para você. Mas, sim, para outra geração.

João Brunelli
Publicitário
joao@lampejos.com.br

Fabio Fonçati e João Brunelli

Assinada pelos publicitários Fabio Fonçati e João Brunelli, a coluna fala sobre as transformações da tecnologia e do comportamento humano