Existem homens aos quais Deus proporciona a longevidade em plena capacidade de trabalho, como uma oportunidade de receber, em vida, o reconhecimento merecido pelo que fizeram de positivo ao longo da vida. Este é o caso de Paulo Maluf. Foi empresário de sucesso, engenheiro, político, visionário e tocador de obras.

O dia 3 de setembro marcou seus 92 anos, dos quais 50 anos como homem público por vocação, paixão e determinação. Quando foi governo, deixou uma lista de obras impressionantes, quer na infraestrutura, nas viárias e serviços sociais na capital e interior. Diz com genuíno orgulho: “meus túneis não inundaram, minhas estações do Metrô não ruíram, minhas pontes, viadutos e minhocão não caíram e meus piscinões funcionam. Foi Maluf, que fez!”

“Não se anda um quilômetro em São Paulo, sem passar por obras construídas por Maluf”. Ele foi um dos protagonistas, de dois episódios fundamentais para a história política de São Paulo e do Brasil: a eleição indireta de governador em 1978 e a indireta escolha do presidente da República, que encerrou o ciclo militar, em 1985.

Maluf disputou as duas eleições indiretas, ganhando a primeira e perdendo a segunda, contra a vontade e determinação dos então detentores do poder. Iniciou sua vida pública como presidente da Caixa Econômica Federal (67-69). Depois foi prefeito de São Paulo por duas vezes (69-71/93-96).

Atuou como presidente da Associação Comercial de São Paulo (76-79); governador do Estado (79-82) e deputado federal (83-87), (2007-2011), (2011-2015) e (2015-2019). Seu amigo economista Roberto Campos, em vida disse: “Como fanático da causa do serviço público, Maluf soube ganhar e perder eleições, sem descrer da democracia”. A história não muda, mudam-se os personagens e os historiadores. 

João Tavares
Ex-assessor parlamentar