Dedico este artigo a todos os apaixonados pela natureza, em especial ao querido neto Pedro Bertollo Martins Carvalho, que no início do mês de abril comemorou seu sétimo aniversário e não poderia deixar de homenageá-lo. Que o bondoso Deus ilumine sempre o seu caminho e a de seus pais na condução de sua vida.

Algum tempo atrás, caminhando pelo Bosque das Nascentes, no bairro Antônio Zanaga 2, um fato me inspirou a escrever esta crônica. Neste local, a natureza é exuberante. Belíssimas aves, lagos formados por nascentes e pequena cachoeira, grandes árvores. Enfim, um local top para passeios, pescarias, atividades físicas e outros eventos. E entre as aves, a que mais chama atenção é o exuberante pavão.

E foi com esta ave que reporto esta crônica. Anualmente, este imponente pássaro troca as suas penas. E nesta ocasião, o pavão repousava sobre um galho, no alto de uma grande árvore. E ao passar sob ela, inesperadamente, ele voou para pousar. Neste magnífico voo, parte das suas fascinantes penas caiu e eu as peguei.

Uma senhora que caminhava correu muito para pegá-las, mas não conseguiu. Ela aparentemente ficou triste e decepcionada. Me disse que muitos anos praticava caminhada no bosque e nunca teve oportunidade de encontrar uma pena sequer.

Gentilmente lhe dei de presente. Perguntei o que achava das penas e ela me respondeu que era uma belíssima joia feita por Deus. Tornei a lhe perguntar: “O que a senhora faria se tivesse perdido uma joia de grande valor, durante a sua caminhada ou em outra situação?” Ela me respondeu que a procuraria até encontrá-la. O pavão quando perdeu parte das penas da exuberante cauda, nem olhou para trás. Sabia a imponente ave que o seu criador lhe provaria, presenteando-o novamente com penas tão belas como outrora. 

Carlos Roberto Bertollo
Estudioso da lenda de Ícaro e criador de réplicas de aeronaves