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O Caixeiro Viajante

Amapá: o estado isolado

É imperativo que o Amapá receba a devida atenção e respeito

Por Oswaldo Nogueira

21 de abril de 2024, às 09h38 • Última atualização em 21 de abril de 2024, às 11h23

Com uma população de 750 mil habitantes e 80% de seu território ocupado pela Floresta Amazônica, o Amapá se destaca como um estado singular no panorama brasileiro. Sua peculiaridade geográfica, circundada por águas – a leste Rio Amazonas, ao sul Rio Jari, a oeste Rio Oiapoque e ao norte o Oceano Atlântico –, impõe desafios logísticos significativos, tornando-o acessível apenas por balsa ou avião, enquanto aos demais 26 estados do País, é possível ir de carro.

Esse isolamento terminaria com a construção de uma ponte de 406 metros sobre o Rio Jari, iniciada em 2002. No entanto, denúncias de corrupção pelo Ministério Público contra dois prefeitos interromperam a obra. Somente 38% da obra foi realizada e os amapaenses dispõem de apenas uma precária ponte de madeira como frágil elo com o resto do País, onde as pessoas podem sair a pé do território ou como segunda opção utilizando barcos.

Recentemente, a descoberta de um novo pré-sal localizado na Amazônia Azul, um território marítimo brasileiro com 6 milhões de quilômetros quadrados, com enorme potencial de recursos minerais e energéticos, cuja importância é pouco reconhecida pelos brasileiros, colocou a região em evidência.

Com reservas que vão do Amapá até o Rio Grande do Norte, estimadas em 35 bilhões de barris de petróleo, poderiam colocar o Brasil como 4º maior produtor de petróleo do mundo. Contudo, o Ibama tem colocado obstáculos ao projeto, levantando questões ambientais. Ressaltando que a proteção desse legado é direcionada à Marinha do Brasil.

Curiosamente o único acesso por terra do Amapá é com a Guiana Francesa, por uma ponte binacional Franco Brasileiro, com 378 metros sobre o rio Oiapoque, construída em 2011.

Além do petróleo, o Amapá possui outras riquezas, como a castanha-do-Pará, madeira, ouro, manganês, caulim e granito. Na agricultura, o destaque vai para o arroz e a mandioca.

Diante desse cenário, é imperativo que o Amapá receba a devida atenção e respeito, não apenas por suas potencialidades econômicas, mas também pela preservação de seu ecossistema único e pela melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.

Oswaldo Nogueira

Empresário e ex-vereador de Americana, escreve sobre temas do cotidiano com o objetivo de ser uma fonte de provocação e reflexão para os leitores; coluna quinzenal