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Editorial

Ainda mais nobres edis

Por Redação

14 de maio de 2023, às 07h54

Em uma rápida e discreta votação na noite da última terça-feira, vereadores de Santa Bárbara d’Oeste aprovaram, de maneira unânime, um aumento nos próprios salários invejável a qualquer trabalhador brasileiro. A partir de 2025, quando se inicia uma nova legislatura, os parlamentares barbarenses terão os subsídios alavancados de R$ 8,9 mil para R$ 15,4 mil. O presidente passará a ganhar R$ 17,3 mil.

Acostumados a exibirem seus feitos ou dispararem suas críticas nas redes sociais, os vereadores “sumiram” na última semana após a óbvia repercussão negativa do reajuste. Houve, inclusive, quem fugisse de entrevistas. O aumento, considerado razoável pela Mesa Diretora e atribuído a “perdas inflacionárias”, é totalmente descabido e não deveria ser feito em percentual tão alto, de 72%.

A câmara barbarense, há tempos, é palco de episódios que fogem da moralidade que o cargo exige. Nesta legislatura, em específico, as polêmicas se acumulam: há vereador acusado de se passar por policial para entrar em pronto-socorro; outro profere ofensas a vereadoras e fala absurdos nas redes sociais, fora a violência política de gênero que, vez ou outra, dá suas caras nas discussões. Tudo devidamente ignorado pelas comissões internas que deveriam prezar pela função.

Há de se colocar na conta ainda as picuinhas que uma parte dos vereadores teatraliza no plenário contra a prefeitura. É papel do vereador fiscalizar o governo em prol da população, sim, mas o que se vê é mera tentativa de desgaste político mirando as eleições de 2024. Uma boa parte do plenário parece também não saber para o que foi eleita. A quantidade de projetos autorizativos, inúteis e sem eficácia, é impressionante. Por fim, realiza-se audiência pública para discutir banheiro unissex.

É esta câmara que merece embolsar R$ 15,4 mil todos os meses, considerando que a tentativa de reeleição costuma ser a regra entre os parlamentares? Um salário de R$ 9 mil já seria mais do que suficiente para manter os, em breve, ainda mais nobres edis. Tivessem bom senso e ouvidos para o povo, recuariam de tal medida.

O Liberal

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