A qualidade do abastecimento de água em Americana é tema de uma nova ação do Ministério Público na cidade. Cobranças sobre o assunto foram levadas por dois promotores à Justiça na última semana, em um documento de quase 200 páginas. Os pedidos são diversos e complexos, com prazos que variam desde a execução imediata até as que podem levar alguns meses.

Uma das cobranças urgentes é a manutenção da pressão adequada nas redes de abastecimento. Com uma tubulação obsoleta, antiga e frágil, a estrutura por onde a água circula até chegar à casa dos americanenses sofre com os vazamentos constantes, cujas consequências são, dentre as principais, a perda de água tratada e a interrupção no abastecimento para reparos.

Além da solução para a pressão e de planos por qualidade e substituição de redes e hidrômetros, os promotores pedem ainda que a Justiça obrigue o DAE (Departamento de Água e Esgoto) a fornecer uma alternativa para quando houver falta d’água, como caminhões-pipa para populações afetadas.

A ação da Promotoria é bastante abrangente sobre um problema que há anos custa ao poder público direcionar sua atenção. A gestão atual tem feito investimentos na tentativa de melhorar o abastecimento, mas, para se chegar a um nível de qualidade satisfatória, ainda falta um longo caminho.

Pela solução ou para atender aos pedidos do MP, porém, é preciso achar resposta para uma questão fundamental: como bancar todo o serviço nos prazos cobrados?

A decisão da Justiça, que já negou os pedidos liminares da ação nesta terça-feira, deverá considerar no julgamento do mérito não apenas o problema em si, mas o quão possível de serem resolvidas as cobranças da Promotoria. De nada adianta tamanho apelo se ele fugir da realidade da cidade ou de um setor que carrega problemas.