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A peste negra

Por Eduardo Paparotti

24 de setembro de 2020, às 13h42

Provavelmente, de todas as épocas e lugares da história para nascer, a Europa, no auge da peste negra foi o pior. A praga devastou o continente, ceifando a vida de quase 25 milhões de pessoas, e os médicos não estavam preparados para combater seus sintomas aterrorizantes. Em questão de meses, cidades foram dizimadas, e os profissionais mais treinados fugiram, abrindo caminho para os médicos da peste, geralmente médicos jovens ou de segunda linha ou categoria, em busca de reconhecimento.

Infelizmente, a imagem de um médico de bata e máscara de bico tornou-se o símbolo tenebroso de um mundo em turbulência. O aspecto mais memorável e assustador do médico da peste era a roupa, projetada para cobrir o usuário da cabeça aos pés. Os médicos vestiam batas cobertas de cera, luvas de couro e máscaras com aberturas de vidro para os olhos. Alguns ainda usavam um bico cheio de itens aromáticos, como ervas, flores secas e especiarias, considerados capazes de proteger dos maus cheiros que, conforme o pensamento da época, causavam a peste.

Os médicos da peste tinham que examinar as pessoas suspeitas da doença. Os sintomas incluíam gânglios linfáticos inchados – chamados bubões, ou bolhas -, na virilha, pescoço e axilas que pingavam pus, febre e vômito de sangue. Coisa horrível! No desespero para encontrar uma cura milagrosa, os médicos apelavam para soluções peculiares, como colocar sanguessugas nos bubões ou oferecer amuletos que “davam sorte” para os pacientes, como cobrir o infectado com mercúrio e aquecer seu corpo, mas só acelerara a morte.

A peste negra atingiu a Inglaterra em 1347/48, deixando um rastro de devastação e morte de um milhão de pessoas, durante três ou quatro anos – até 1351. Mas em toda a Europa morrem de 50 a 60 milhões de pessoas. Essa terrível peste é do tipo bubônica, que circula entre os ratos.

Eduardo Paparotti
Aposentado

Colaboração

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