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A pandemia e a sociologia

Por Américo Neto

04 de agosto de 2020, às 08h00 • Última atualização em 03 de agosto de 2020, às 23h10

O homem é um ser social. Não é papo de sociólogo. A afirmação é fácil de comprovar na quantidade de memes do Dr. Drauzio Varella dizendo “saudades do bar, né minha filha?”. Mas agora, falando sério, a afirmação não para por aí.

Ela vai além da necessidade de contato humano (os “antissociais” caem do cavalo), ela significa que, para sobreviver, o ser humano depende da cultura e da produção material da sociedade.

Durkheim, um dos pais da sociologia, dizia que a sociedade é uma força que paira sobre os indivíduos e, quanto mais forte os laços sociais, mais essa força é sentida por nós. Os laços sociais são como a cola que nos une em sociedade e, se estiverem muito enfraquecidos, a sociedade pode ruir.

Para mantermos essa cola forte, temos a lei, a tradição, os costumes e as instituições, e quem transgride, enfraquece a tal cola, por isso a punição é um meio de evitar as transgressões e mantermos todos “colados”.

O leitor mais atento ao título do artigo já deve estar pensando: “mas então, o que dizer das pessoas furando o isolamento? Ou, o que dizer das divergências entre presidente, governadores e prefeitos?”

Momentos de crise podem causar maior coesão entre as pessoas, se forem bem administrados. As divergências, certamente, contribuem para o enfraquecimento da coesão. As instituições, nesse caso, estão cada uma puxando para um lado, e a desagregação se reflete nas pessoas furando o isolamento, que, por sua vez, também ajudam a enfraquecer a cola pela sensação de que não há regras.

A violência faz parte desse processo de enfraquecimento. Se já havia problemas antes da pandemia, tudo indica que ela tende a piorar. Mas essa é a visão desse autor. Há outros como Marx e Weber, que irei abordar em outra oportunidade.

*Américo Neto é sociólogo e mestre.

Colaboração

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