Americana completa, na próxima terça-feira, 149 anos de fundação. Se aproxima dos 150 como uma das cidades mais prósperas do País, com bons índices de qualidade de vida, oportunidades de emprego e educação. Um município no qual é possível construir e viver toda uma vida, independente do perfil de cada um. Trata-se uma característica que não é privilégio de qualquer cidade brasileira.

A chegada de uma nova idade, uma nova etapa, é sempre motivo de reflexão. Os 149 anos de Americana coincidem com um período de grande instabilidade climática. Há tempos, os efeitos da industrialização e do desenvolvimento urbano têm sido sentidos em maior ou menor escala mundo afora. Em grande parte do Brasil, porém, sofrer com eventos extremos nunca foi uma realiadade comum. Algo, no entanto, mudou.

Os dias mais recentes têm sido um teste para os que enfrentam problemas respiratórios – condição que não é a de poucos. O tempo seco e abafado tem colaborado para que incêndios, mesmo que pequenos – e muitos, criminosos -, se tornem um grande risco à saúde pública. Mas há outros riscos que têm se tornado cada vez mais presentes.

As ondas de calor e as temperaturas acima da média, como as registradas neste inverno, se tornaram parte do cotidiano do americanense, antes acostumado a dias mais amenos. Uma situação que, por aqui, enfrenta um agravante: a falta d’água causada por uma rede obsoleta de tubulações que não dá conta da alta demanda do município.

Tais mudanças e comportamentos climáticos não podem ser tratados meramente como forças da natureza, incapazes de serem detidas por nós, humanos. É preciso que medidas para mitigar os prejuízos da instabilidade climática sejam parte da política local e dos grandes protagonistas sociais de uma cidade.

Os tempos atuais exigem lideranças que tenham consciência dos efeitos que ondas de calor extremo causarão na vida de uma cidade. Ignorar tais efeitos está fora de cogitação sob pena de um declínio histórico da qualidade de vida.