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A gota que faltava

Por Katya Forti

15 de setembro de 2020, às 07h21

A impaciência é algo cada vez mais comum de se notar no ambiente social em que estamos inseridos. Acredito que tocamos aí no ponto nevrálgico em se tratando do momento atual. Não raro, em ocasiões de estresse evidente, dizermos que determinado acontecimento “fora a gota d’água”.

Exatamente a gota que faltava para transbordar o copo. Seja ele de água mesmo, ou no sentido figurado, o copo da paciência, ou melhor, a falta dela. Por inúmeros motivos bastante conhecidos.Mas há um outro contexto, não menos importante, em que uma única gota pode salvar uma vida.

Quem está na fila, aguardando uma transfusão de sangue, onde cada minuto é uma verdadeira corrida contra o tempo, sabe exatamente o quão lento e vagaroso torna-se o arrastar das horas. E neste caso não se trata apenas de um jogo de palavras. Mas sim do instante crucial no limiar da existência, entre dois planos.

Neste período de pandemia, o estado de tensão parece perdurar, sobretudo aos que são submetidos ao teste rápido para diagnóstico do novo coronavírus (COVID 19). Parecem intermináveis. Certamente, são os quinze minutos mais longos já vividos. A partir daí, um negativo ou positivo pode mudar tudo. E diante disso, nos cabe fazer uma escolha:

Agarrar com toda a fé e entusiasmo uma segunda chance que nos é oferecida. Ou entregarmo-nos ao desânimo e deixar com que as células se enfraqueçam, conduzindo-nos às complicações da enfermidade.

“Já lhe dei meu corpo, minha alegria. / Já estanquei meu sangue quando fervia. / Olha a voz que me resta / olha a veia que salta / olha a gota que falta / pro desfecho da festa / Por favor deixe em paz meu coração / que ele é um pote até aqui, de mágoa. E qualquer desatenção, faça não / Pode ser a gota d’água”.

Katya Forti
Pedagoga de Americana

Colaboração

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