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Imunização

‘Turismo da vacina’ tem pacotes em Americana

Agências da cidade vendem roteiro que inclui quarentena no México e a possibilidade de tentar se vacinar nos EUA

Por Marina Zanaki

30 de maio de 2021, às 08h27 • Última atualização em 30 de maio de 2021, às 08h37

Mulher recebe dose da vacina contra o coronavírus na Califórnia - Foto: Marcio Jose Sanchez - Associated Press - Estadão Conteúdo

Com escassez de doses e lentidão na vacinação contra o novo coronavírus (Covid-19), há quem considere viajar para outros países em busca da proteção. Agências de viagens de Americana já estão oferecendo pacotes para o chamado “turismo da vacina”, prática que tem ganhado credibilidade após ser estimulada pelos governos de outros países.

No início do mês, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, declarou que estava pronto para realizar a imunização de turistas. Na ocasião, ele disse que a aplicação de doses para estrangeiros seria realizada em tradicionais pontos turísticos, como a Times Square e a Ponte do Brooklyn.

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Diretor da Sonho Real Turismo, Rafael Biancareli avaliou que o anúncio é uma decisão estratégica para incentivar o turismo em solo americano.

“Nova York é pelo menos uma das cinco principais capitais que vivem do turismo, e os turistas brasileiros são conhecidos por gastar muito nos Estados Unidos. Então o brasileiro é muito bem visto aos olhos dos americanos, porque viaja com frequência e o ticket médio gasto sempre foi dos mais elevados”, analisou Rafael.

A entrada em solo americano depende da comprovação de quarentena de 15 dias em outro país e realização de teste PCR. Na Sonho Real Turismo, a sugestão é cumprir a quarentena em um resort em Cancun, no México, com tudo incluso.

Apesar de atrair interessados na região, o turismo da vacina ainda não tem tantos adeptos pelo alto custo. Com o dólar superando os R$ 5,20, as viagens podem variar de R$ 12 mil a R$ 21 mil por pessoa, dependendo do roteiro e do tipo de hospedagem.

Se conseguir se vacinar com a Janssen/Johnson & Johnson, que tem dose única, o viajante não precisa prolongar a estadia nos Estados Unidos por muito tempo. Considerando a quarentena e o período em solo americano, os pacotes mínimos são de 20 dias de viagem.

Sócia da American Tour, Daniella Nascimento lembrou que um dos requisitos para o turismo da vacina é já possuir o visto americano. Isso porque os agendamentos para o documento estão previstos para o final do ano ou início de 2022. A empresa tem trabalhado com pacotes flexíveis, com opções de quarentena no México e o desembarque na cidade americana de escolha.

“Primeiro a gente entende a necessidade do passageiro. As pessoas estão vinculando férias com o turismo da vacina, então também querem aproveitar e curtir todo o caminho”, contou Daniella sobre o tema.

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As agências deixam claro que não há garantia de receber o imunizante, já que depende do governo americano.

A vacinação de turistas nos Estados Unidos ocorre em meio a quase 50% da população do país já vacinada e um excesso de doses. Diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom afirmou que alguns países mais pobres não têm imunizantes suficientes para vacinar sequer o primeiro grupo, composto por profissionais da saúde.

A Organização já se posicionou contrária ao turismo por vacina e declarou que o ideal seria a distribuição das doses excedentes para países pobres e para aqueles estão enfrentando graves crises sanitárias por conta da pandemia, como por exemplo a Índia.

Imunizado na Califórnia relata ‘vida normal’

 O engenheiro civil Gabriel, de 26 anos, que é de Nova Odessa – Foto: Arquivo Pessoal

O engenheiro civil Gabriel Henrique Arrais Chico, 26 anos, de Nova Odessa, foi vacinado contra o coronavírus na Califórnia. Ele desembarcou em solo americano no início de maio para um intercâmbio, e relatou que a vida nos Estados Unidos está voltando ao normal com a ampla cobertura vacinal.

Gabriel agendou a vacinação e recebeu a dose em uma rede de farmácias. Ele contou que optou por tomar o imunizante da empresa de biotecnologia Moderna por recomendação da família que o está hospedando, mas que havia disponibilidade também da Pfizer e a vacina da Johnson & Johnson.

A única reação que ele sentiu foram dores no braço que recebeu a injeção, mas que passaram rápido. Ele vai tomar a segunda dose em 1° de junho. “Para tomar a vacina foi muito tranquilo, achei que ia ser mais complexo, iam pedir comprovante de residência, passaporte, mas pediram nada. Cheguei no horário agendado, marcaram meu nome, data de nascimento, um telefone, e tomei”, contou.

Desde abril, a agência reguladora da saúde nos Estados Unidos liberou pessoas que completaram o esquema vacinal a não utilizar mais máscaras em ambientes abertos. Para ambientes fechados, a recomendação é continuar usando a peça.

“Andar na rua aqui não tem mais máscara praticamente, para mim é estranho ainda, e estou usando. Fui em shopping duas vezes, lotado, grande, e 90% das pessoas sem máscara. Para entrar nas lojas tem que usar, mas no corredor não é obrigatório”, disse Gabriel.

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