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Política

Polícia acha bunker com dólares e euros na casa da mulher de ex-corregedor de SP

Segundo a promotoria, o casal se divorciou somente no papel para que o ex-corregedor pudesse ocultar seu patrimônio por meio de sua companheira

Por Agência Estado

07 de junho de 2019, às 20h12 • Última atualização em 08 de junho de 2019, às 09h29

Foto: Reprodução
utoridades contabilizaram U$ 180.302,00 e 1,3 mil euros

Em uma busca e apreensão complementar, autorizada judicialmente, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual encontraram dólares e euros, nesta sexta-feira, 7, no município de Itatiba, a 75 km de São Paulo, em um bunker – parede falsa – na residência de Olívia Vannucchi, ex-mulher do ex-corregedor-geral da Secretaria Estadual da Fazenda, Marcus Vinícius Vannucchi. De acordo com a Promotoria, eles se divorciaram somente no papel, em 2016, para que o ex-corregedor pudesse ocultar seu patrimônio por meio de sua companheira.

As autoridades contabilizaram U$ 180.302,00 e 1,3 mil euros. Segundo investigadores, além de dinheiro, documentos importantes para o inquérito foram encontrados.

Na quinta-feira, 6, no âmbito da Operação Pecunia no Olet, cujo alvo maior é o fiscal da Fazenda, os policiais e promotores já haviam apreendido na casa de Olívia R$ 19 mil em dinheiro vivo. No apartamento dele, em São Paulo, R$ 2 mil. Ele foi preso temporariamente – cautelar com validade de cinco dias prorrogáveis.

Vannucchi era corregedor até dia 31. Sua prisão foi decretada dois dias antes pelo juiz criminal Pedro Luiz Fernandes Nery Rafael.

A reportagem apurou com fontes próximas da investigação que, após vasculhar a residência dela pela primeira vez, uma denúncia anônima fez as autoridades retornarem ao local, onde encontraram uma espécie de sala secreta na residência, onde havia um armário, com um fundo falso.

Após a retirada do tampão do móvel, as autoridades encontraram envelopes com maços de dinheiro.

A prisão

Vannucchi foi preso nesta quinta em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Gedec) do Ministério Público Estadual, e da Polícia Civil.

O ex-corregedor-geral é acusado de cobrar propina do Magazine Luiza e de fiscais investigados pela Corregedoria. A Promotoria descobriu que, por meio de seus familiares, o ex-corregedor ocultava um patrimônio milionário, formado por pelo menos 65 imóveis adquiridos com dinheiro “sem origem lícita”.

A Promotoria sustenta que o agente fiscal de Rendas separou-se da mulher, Olinda Alves do Amaral Vannucchi, com objetivo de dissimular bens, transferidos para o nome dela.

Segundo apurou a reportagem, somente uma das empresas da ex-mulher comprou uma dezena de imóveis, por R$ 6,5 milhões, em um mês, no ano de 2016.

As investigações revelam que o casal retificou declarações de Importo de Renda 41 vezes em sete anos. Se somadas a evoluções patrimoniais de Olinda e da mãe de Vannucchi, Hercília Chioda, que é professora, em um período de 7 anos, elas ganharam juntas R$ 12,5 milhões.

Defesas

A reportagem não localizou defensores do ex-corregedor-geral. O espaço está aberto para manifestação.

Por meio de sua Assessoria de Comunicação, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo informou:

“Em atenção à notícia publicada em seu blog ‘Ex-corregedor da Fazenda de São Paulo é preso por cobrar propinas de fiscais’, a Secretaria da Fazenda e Planejamento informa que desde 1.º de junho deste ano Marcus Vannucchi não exerce mais a função de Corregedor Geral da CORFISP.”

“Os fatos noticiados nesta manhã serão objeto de procedimento de apuração administrativa, independentemente das investigações realizadas pelas autoridades policiais e pelo Ministério Público.”

“A Secretaria da Fazenda e Planejamento reitera que não compactua com condutas ilícitas por parte de seus servidores e mantém rigor na apuração das mesmas, e quando comprovadas, adota medidas punitivas rigorosas previstas em lei para situações da espécie.”

“Esclarece também que irá colaborar com as investigações, e como de costume, permanece à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.”

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