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INVESTIGAÇÃO

Polícia Federal faz buscas em endereços de família suspeita de hostilizar Alexandre de Moraes

Agentes cumprem mandados expedidos pelo Supremo em endereços em Santa Bárbara d'Oeste

Por João Colosalle, Gabriel Pitor, Júnior Guarnieri e Cristiani Azanha

18 de julho de 2023, às 17h27 • Última atualização em 21 de julho de 2023, às 10h49

PF esteve em imobiliária em Santa Bárbara - Foto: Junior Guarnieri/Liberal

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão, na tarde desta terça-feira (18), em endereços ligados à família de Santa Bárbara d’Oeste suspeita de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no Aeroporto Internacional de Roma, na última sexta-feira (14).

As buscas foram autorizadas pela ministra Rosa Weber, do STF, e teriam como alvo endereços residenciais e comerciais da família, assim como aparelhos celulares.

O LIBERAL flagrou agentes da PF em uma imobiliária na Rua Quinze de Novembro, que tem como sócio Alex Zanatta Bignotto. Ele é genro do casal Roberto Mantovani e Andreia Munarão. Os três são investigados pela polícia pelas supostas agressões a Moraes e familiares.

PF esteve em imobiliária em Santa Bárbara – Foto: Junior Guarnieri/Liberal

Roberto e Andreia deram depoimento na delegacia da Polícia Federal de Piracicaba durante a manhã e a tarde desta terça-feira.

Dois delegados realizaram as oitivas nesta terça, das 9h às 16h45, mas os questionamentos foram feitos, predominantemente, por um delegado de Brasília — que lidera a investigação e acompanhou todos os depoimentos via videoconferência.

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Em conversa com jornalistas, o advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, que representa a família, sustentou a versão de que a confusão entre a família de Santa Bárbara e a família de Alexandre de Moraes teria se dado por conta de vagas em uma sala VIP.

“Em momento algum, ela esteve frente à frente com o ministro. Em momento algum, ela fez qualquer menção ofensiva ou desonrosa ao ministro. Isso não existiu de forma alguma. Ela nega absolutamente e provavelmente as imagens do aeroporto vão evidenciar isso”, disse o defensor.

A versão de Andreia

De acordo com o advogado do casal, Andreia relatou que 10 a 15 pessoas estavam em uma das salas VIP se manifestando contra o ministro. Ela, pessoalmente, nega em absoluto qualquer ofensa.

“Andreia e Roberto estavam com o genro e duas crianças de colo. Eles tentaram acessar uma das salas VIP e não conseguiram, porque estava lotada. Então, eles continuaram pelo mesmo corredor, em busca de outra sala VIP. Quando eles passaram por uma das salas, Roberto visualizou o ministro, de costas, entrando na sala. Andreia acreditou que o ministro tinha algum privilégio e tinha ingressado nesta sala ‘furando a fila’. Neste momento, em que ela se aproxima, há pessoas que hostilizavam o ministro e ela disse: ‘para político tem lugar, para a gente, com crianças e um idoso, não tem lugar’. Ela só mostrou inconformidade com a situação e em um momento em que o ministro não mais se encontrava”, contou o advogado.

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“Na sequência, havia um casal, sendo que a mulher gesticula, apontando o dedo para Andreia. No mesmo instante, um rapaz — que depois se descobriu que era o filho do ministro — se aproxima dela mandando beijos de forma ofensiva e também começa a falar coisas para ofendê-la. Há uma discussão. O Roberto se aproxima, se apresenta como marido dela, diz que o homem estava sendo desrespeitoso, estava ofendendo gravemente a sua esposa, o rapaz persiste e aí ele afasta o rapaz. Não caiu o óculos de ninguém ao chão”, completou.

Ainda segundo o defensor, houve um novo contato do filho do ministro Alexandre de Moraes com Roberto e sua esposa. Neste momento, o próprio Alexandre saiu da sala, fotografou as pessoas envolvidas e voltou com o filho para dentro da sala VIP.

A defesa também rebate a versão do ministro de que ele foi ofendido na área de embarque, já que a área VIP não fica no mesmo local.

Andreia, Alex e Roberto durante abordagem no Aeroporto de São Paulo – Foto: Reprodução

O advogado confirmou as buscas em imóveis do casal e de Alex Zanatta, porém, não revelou os endereços.

Também segundo a defesa de Mantovani e sua família, as buscas tiveram o objetivo de investigar alguma vinculação da família aos ataques às urnas eletrônicas ou atos golpistas.

Porém, foi destacado que Roberto Mantovani, quando candidato à prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, teve apoio do PT (Partido dos Trabalhadores) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — e, por isso, não teria motivo para participar de movimentos golpistas.

O caso

Moraes teria sido atacado pelos três por volta das 18h45 de sexta-feira, no horário local (13h45 em Brasília). Andrea teria xingado o ministro de “bandido, comunista e comprado”.

Mantovani, segundo a PF, reforçou os xingamentos e teria agredido fisicamente o filho do ministro. Zanatta se juntou aos dois com palavras de baixo calão. As informações foram confirmadas por interlocutores da PF e do Ministério da Justiça.

A PF espera receber imagens gravadas pelo circuito interno de câmeras do aeroporto de Roma para ajudar a esclarecer o caso. As agressões a Moraes foram condenadas pelo governo e também por autoridades do Judiciário.

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