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Na Síria, ‘contrabandista’ leva brinquedos para crianças refugiadas
Por Agência Estado
05 de junho de 2019, às 09h47 • Última atualização em 05 de junho de 2019, às 11h39
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Há cinco anos, Rami Adham tem se dedicado a uma atividade excepcional: a cada dois meses, ele atravessa a fronteira entre a Síria e a Turquia para levar mais de 70 quilos de brinquedos para as crianças de Alepo. Nesta terça-feira, 4, o “Contrabandista de Brinquedos”, como ficou conhecido, voltou a repetir o processo, em homenagem ao fim do Ramadã.
Nascido na Síria, Adham vive hoje na Finlândia e afirma que decidiu começar o trabalho humanitário como uma forma de se reconectar com seu país de origem. Em 2014, durante sua primeira viagem, ele carregou 25 ursinhos de pelúcia e 36 bonecas Barbie para o país.
“Nós já havíamos levado comida, mas quando chegamos com brinquedos, quando começamos a distribuir os brinquedos, isso gerou uma grande confusão. As crianças estavam vindo de todos os lugares. Então, percebi que elas não estavam pensando em comida – elas só queriam um brinquedo”, conta Adham, em seu site oficial.
Apenas durante o Ramadã deste ano, o “Contrabandista de Brinquedos” já afirma ter distribuído mais de 700 brinquedos para crianças que vivem em um campo de refugiados nos arredores de Atmeh, região norte da Síria.
Em novembro de 2018, Adham foi condenado a 10 meses de prisão pelo tribunal de Helsinque, capital da Finlândia, por fraude, mas foi inocentado pelas acusações de lavagem de dinheiro. Por meio de seu site, ele afirma que usa “meios não convencionais” para transportar as doações de brinquedos, incluindo a utilização das rotas reservado ao tráfico de drogas na fronteira.
Durante entrevista concedida à BBC no fim do ano passado, Adham defendeu-se de todas as acusações, afirmando que suas doações às crianças sírias não eram realizadas apenas em dinheiro.