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Economia

Taxas longas têm alívio com Treasuries, mas curtas terminam com viés de alta

Por Agência Estado

15 de maio de 2024, às 19h18

Os juros futuros fecharam perto da estabilidade, com viés de alta nas taxas curtas e de baixa nas longas, a despeito da agenda de indicadores movimentada e noticiário intenso do dia. Os longos se alinharam ao comportamento dos rendimentos dos Treasuries, que refletiram a melhora na percepção sobre a política monetária do Federal Reserve. O exterior acabou se sobrepondo, no caso dos juros, ao desconforto gerado pela mudança no comando da Petrobras. Nos curtos, o mercado continuou digerindo os argumentos do Copom sobre a divisão dos votos que voltaram a permear hoje falas dos dirigentes do Banco Central.

No fechamento, a taxa de contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,34%, de 10,33% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 10,57%, de 10,56%. A taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 10,88%, de 10,90% ontem. O DI para janeiro de 2029 projetava taxa de 11,36% (11,39% ontem).

Enquanto a ideia de que a Selic tem pouco espaço adicional de queda limitou a oscilação das taxas curtas, as longas cederam com a melhora no apetite ao risco vinda do mercado externo. Os yields dos Treasuries recuaram, com o mercado elevando as chances de queda dos juros nos EUA até setembro, após os dados da inflação ao consumidor em abril em linha com o esperado e leitura favorável dos preços de abertura, além de dados das vendas do varejo mais fraco. No horário acima, a taxa da T-Note de dez anos, referência para a curva local, cedia a 4,341%.

A precificação da curva, por volta das 16 horas, para o Copom de junho apontava apenas 32% de probabilidade de queda de 25 pontos-base da Selic contra 68% de chance de manutenção do nível de 10,50%, que também é a taxa projetada na curva para o fim de 2024. Os cálculos são de Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, para quem indicadores mais fracos da economia americana devem colaborar para uma maior convergência de opiniões no próximo Copom, permitindo um novo corte de 25 pontos-base.

Com votos divergentes na reunião de maio, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, em suas participações em eventos nesta manhã, procuraram mostrar alinhamento nos discursos, após os ruídos gerados pela votação dividida e a entrevista do diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti, ontem. Ao comentar declarações de Campos Neto a investidores, em meados de abril, sobre eventual mudança no forward guidance do Copom, Picchetti afirmou que o comitê deve “priorizar mecanismos oficiais de comunicação” que resultam “de conversas entre os membros do conselho”.

Hoje, Campos Neto e Galípolo reforçaram o objetivo de perseguir a meta de inflação de 3%. “O debate de política monetária não deveria falar de centro e banda, nossa meta é 3% e deveríamos perseguí-la”, afirmou Campos Neto, na abertura da Conferência Anual do Banco Central, em Brasília. Em Nova York, Galípolo disse que queria “fazer coro à fala de Campos Neto sobre como funciona arranjo de política monetária”, numa potencial tentativa de esvaziar narrativas de um racha no comitê. “Meta não se discute, persegue-se.”

Já a troca de comando na Petrobras, com forte reação negativa das ações, foi um evento de impacto mais neutro para a curva de juros. “Por um lado, representa um maior alinhamento da política de preços ao que deseja o governo, mas de outro também a percepção de ingerência política na estatal”, afirmou Rostagno, lembrando que ainda não há detalhes sobre como deve ser a linha de ação da engenheira Magda Chambriard, indicada para assumir a presidência da estatal no lugar de Jean Paul Prates.

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