Saque do FGTS
Saque não compensa para contas com saldo elevado
Economista alerta que trabalhador demitido sem justa causa não poderá sacar a totalidade do fundo e ficará com uma grande cifra retida rendendo pouco
Por Agência Estado
25 de julho de 2019, às 07h08 • Última atualização em 25 de julho de 2019, às 12h01
Link da matéria: https://liberal.com.br/brasil-e-mundo/economia/para-saldo-elevado-saque-aniversario-nao-compensa-1047922/
Quanto maior o saldo que o trabalhador tem depositado no FGTS, menos interessante é aderir ao saque aniversário, alertam economistas especializados em finanças pessoais consultados pelo Estado de S.Paulo. Mauro Rochlin, economista e professor da FGV, destaca que a própria tabela divulgada pelo governo no caso da opção de saque aniversário mostra essa desvantagem.
Clique aqui e entenda as regras para saques do FGTS e do PIS/Pasep.
É que os porcentuais liberados do FGTS são menores para os saldos maiores. No caso de um saldo acima de R$ 20 mil, por exemplo, será autorizado, a cada ano, o saque de 5% do valor depositado, acrescido de R$ 2.900. Já o trabalhador que tem até R$ 500 de saldo poderá sacar 50%.
Bruno Lavieri, economista da 4E, concorda com Rochlin e aponta outra desvantagem para o trabalhador com saldo elevado que aderir ao saque aniversário.
Em caso de demissão sem justa causa, esse trabalhador não poderá sacar a totalidade do fundo e ficará com uma grande cifra retida rendendo pouco exatamente quando mais necessita dos recursos. O trabalhador que optar pelo saque-aniversário terá direito à multa de 40% sobre os pagamentos feitos pelo empregador – as regras não foram mudadas nesse quesito.
Antecipação
O trabalhador que optar pela nova modalidade de saque-aniversário poderá usar os recursos como garantia para empréstimo pessoal. Nesse caso, o pagamento das parcelas será descontado diretamente da conta do trabalhador no FGTS no momento em que for feita a transferência de recursos do saque aniversário.
O modelo é similar à antecipação da restituição do Imposto de Renda ou do pagamento do 13º salário. Hoje, os bancos oferecem linhas que antecipam os recursos a taxas menores, já que não há risco de calote.
O secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, estimou que o uso do FGTS como espécie de recebível poderá injetar R$ 100 bilhões em garantias de crédito.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.