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Economia

Número de jovens inadimplentes acende alerta para educação financeira

Segundo especialista entrevistada pelo LIBERAL, muitos jovens acabam gastando por influência social, buscando igualar o status de consumo

Por Ana Carolina Leal

06 de maio de 2024, às 09h05 • Última atualização em 06 de maio de 2024, às 09h06

Segundo especialista, os jovens têm que aprender a falar não para se proteger dos gastos desnecessários - Foto: Adobe Stock

Dados divulgados pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil apontam uma tendência no endividamento entre os brasileiros, especialmente na faixa etária de 30 a 39 anos. Em março, o levantamento mais recente mostrou que 23,59% dos devedores se encontram nesse grupo etário, correspondendo a 16,57 milhões de pessoas. Isto significa que quase metade (48,67%) dos brasileiros dessa faixa estão negativados. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 6,37 milhões, ou 28,64%, também estão enfrentando problemas com inadimplência.

A especialista em educação financeira, Maria Belintane, fundadora do Programa Ekonos, destaca a complexidade da relação dos jovens com o dinheiro. Segundo ela, muitos não percebem que o manejo financeiro envolve autocontrole e uma compreensão profunda de suas próprias necessidades e desejos.

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Ela observa que muitos jovens acabam gastando por influência social, buscando igualar seu status de consumo ao dos seus pares, o que frequentemente leva a gastos imprudentes.

Maria enfatiza a importância de uma referência adulta na educação financeira dos jovens. “Muitos se autointitulam educadores financeiros sem ter a devida competência, é vital que os jovens busquem orientação qualificada”, afirma.

Por meio do trabalho de educadora financeira, Maria diz que acompanhou uma turma de jovens aprendizes com idade entre 14 e 16 anos. E eles, no primeiro emprego,  gastavam o dinheiro antes mesmo de ter recebido o primeiro pagamento.

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“O dinheiro significa liberdade de escolha, empoderamento e quando esses jovens têm dinheiro em mãos, querem fazer aquilo que desejam”.

Os desafios não se limitam apenas ao comportamento individual. Maria aponta que há uma falha na educação financeira formal, que muitas vezes não ensina os jovens a entender conceitos básicos como juros, crédito e planejamento financeiro. “A falta de conhecimento sobre como funcionam as finanças pessoais e o sistema bancário são barreiras significativas”, explica.

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Para evitar o endividamento, a educadora sugere algumas estratégias, entre elas, identificar gatilhos de gastos. “Se tem tendência a ficar vendo, por exemplo, os lançamentos de celulares novos, não veja. Se sair com os colegas é um problema porque gasta acima do que deveria, não saia. Tem que aprender a falar não para se proteger. E isso é em qualquer situação, especificamente na questão do dinheiro”.

Investimento

Destinar 10% do salário para investimentos antes de qualquer gasto é uma regra que Maria considera fundamental. “Esse autocontrole dará uma folga financeira caso a pessoa precise para uma emergência, para fazer um intercâmbio e, inclusive, se sustentar caso perca o trabalho”, afirma.

Além disso, em face das incertezas econômicas, a especialista aconselha os jovens a investir em educação contínua e a diversificar as fontes de renda, quando possível. Bancos digitais que oferecem opções de investimento a partir de R$ 100 são um bom ponto de partida para quem está começando a construir uma reserva financeira, conclui.

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