25 de abril de 2024 Atualizado 23:44

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Previdência

Após leitura, CCJ do Senado mantém votação da reforma para dia 4

Até lá, senadores poderão apresentar emendas à proposta, que deverão ser analisadas pelo relator

Por Agência Brasil e Agência Estado

28 de agosto de 2019, às 13h26 • Última atualização em 28 de agosto de 2019, às 13h59

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) leu, nesta quarta-feira, o relatório sobre a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O parecer, com 58 páginas, desidrata a proposta em R$ 31 bilhões, compensando as perdas com um aumento na arrecadação previdenciária que dependerão de uma proposta paralela – a ser analisada na sequência.

A votação da reforma na CCJ foi mantida para a próxima quarta-feira, 4 de setembro.

Foto: Pedro França / Agência Senado
Tasso Jereissati

Até lá, senadores poderão apresentar emendas à proposta, que deverão ser analisadas pelo relator. Até o momento, foram feitas 287 sugestões de alteração ao texto. Os parlamentares ainda poderão apresentar mais emendas quando a reforma chegar ao plenário.

PEC Paralela

No relatório o senador também apresentou e detalhou pontos da chamada Pec Paralela.O texto contempla pontos considerados fundamentais pelos senadores, mas que vão tramitar em outra proposta. Tudo isso para dar celeridade à proposta principal que deverá ter sua votação final no plenário do Senado até o dia 10 de outubro.

O relator destaca medidas que garante que vão trazer R$ 505 bilhões, o texto também cria despesas,mas estas são estimadas em R$ 75 bilhões, ambas em um prazo de uma década. Nas contas do relator, também em 10 anos, a economia aos cofres públicos, contando as sugestões feitas na PEC Paralela, pode chegar a R$ 990 bilhões. O valor representa cerca de R$ 57 bilhões a mais que a economia estimada na versão aprovada na Câmara. A cifra aumenta ainda mais se aprovada tiver sucesso a mudança nas regras de aposentadorias de estados e municípios. Nesse caso, a medida poderá gerar mais R$ 350 bilhões de economia.

Ainda sobre estados, pela proposta, os estados que aprovarem uma lei ordinária, por maioria simples, em suas Assembleias Legislativas ficam com as mesmas regras da reforma aprovada pelo Congresso. Dessa forma, as normas nacionais valeriam automaticamente para os municípios daquele estado. Os prefeitos que não estiverem de acordo, terão de aprovar um projeto rejeitando a adesão à reforma.

Pensão por morte

Também estão no texto paralelo mudanças no cálculo da pensão por morte. O benefício corresponde hoje a 100% do que o segurado que morreu recebia ou ao qual teria direito. A reforma da Previdência aprovada pela Câmara reduz esse valor para 50% mais 10% por dependente. Pela nova regra, um dependente sem filhos receberá 60%; apenas uma viúva ou um viúvo com quatro filhos terá direito a 100% do benefício.

Na PEC paralela, o relator propõe que a cota dos dependentes menores de idade seja duplicada. Com isso, o dependente de até 18 anos receberá 20% do valor e não mais 10%. Assim, uma viúva com dois filhos menores receberia 100% do valor do benefício ao qual o segurado tinha direito. O custo da medida em 10 anos, segundo Tasso, seria de R$ 40 bilhões.

Transição

Outra mudança proposta pelo relator no Senado traz regras mais leves para transição da aposentadoria especial. Na Câmara, além do tempo mínimo de contribuição, foi instituída idade mínima para o benefício e pontuação para ter a aposentadoria especial. A proposta de Tasso, assim como é hoje, mantém a previsão de exigências diferentes a quem trabalhou em área insalubre, porém, retira a necessidade de acrescentar um ponto a cada ano para o segurado que vai se aposentar na regra de transição.

Na prática, trabalhadores que já estão no mercado de trabalho expostos a agentes nocivos poderão se aposentar quando idade e tempo de contribuição somarem: 66 pontos para atividades que exijam 15 anos de efetiva exposição; 76 pontos Para atividades que exijam 20 anos de efetiva exposição; 86 pontos para atividades que exijam 25 anos de efetiva exposição.

Tramitação

Após a leitura do parecer, a presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MSB-MS), concedeu vista coletiva aos integrantes da comissão pelo prazo de uma semana. Desde que chegou à CCJ a proposta já recebeu 275 emendas, 129 somente de ontem para hoje. A apresentação de emendas pode ser feita até o encerramento da discussão na semana que vem.

Pelo calendário estabelecido na próxima quarta-feira (4), a ideia é discutir e, se possível, votar o parecer. Vencida essa etapa, a PEC seguirá para apreciação e votação em dois turnos no plenário da Casa. Nessa etapa para ser aprovada, em cada um dos turnos, são necessários no mínimo 49 votos.

Publicidade