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Cotidiano

Estudo aponta quando a Antártida pode perder toda a sua cobertura de gelo

Por Agência Estado

24 de setembro de 2024, às 21h23

Um estudo assinado por mais de 50 cientistas climáticos de algumas das mais importantes instituições de ensino e pesquisa do mundo sustenta que até o ano 2300 praticamente toda a cobertura de gelo da Antártida já terá desaparecido completamente por causa das mudanças climáticas.

Até agora, os modelos climáticos previam o destino dos glaciares até 2100. Depois desta data, no entanto, era difícil de prever o que aconteceria usando apenas um modelo. O novo estudo, publicado na Earth’s Future, reuniu dados de 16 modelos diferentes e concluiu que, coletivamente, as projeções indicam que a perda de gelo da Antártida vai aumentar, de forma gradual, ao longo de todo o século XXI mesmo que as emissões de CO2 se mantenham nos níveis atuais.

Depois disso, no entanto, a perda se acelera muito, segundo apontou o novo estudo. Os modelos indicam que, mesmo que as emissões de gases do efeito estufa não aumentem mais, o gelo começa a retrair muito rapidamente. Em 2200, o derretimento das geleiras da Antártida já terá provocado o aumento do nível do mar em até 17 metros. As projeções indicam ainda um colapso praticamente total do gelo da Antártida até 2300.

“Quando você conversa com os governos e outras partes interessadas sobre o aumento do nível do mar, a grande maioria foca no que vai acontecer até 2100. Há poucos estudos sobre o que acontece depois disso”, afirmou a pesquisadora Helene Seroussi, professora da Universidade de Dartmouth, nos EUA, e principal autora do estudo. “Nosso trabalho oferece uma projeção de longo prazo e mostra que, depois de 2100, o impacto nas regiões mais suscetíveis ao aumento do nível do mar se amplia muito.”

O trabalho revela ainda que a projeção para 2300 é válida tanto para os melhores cenários (com a redução das emissões) quanto para os piores (com grande aumento das emissões de gases poluentes). Ou seja, a partir de um determinado ponto, reduzir emissões não fará mais tanta diferença.

“As atuais emissões de CO2 têm um impacto modesto nas projeções para este século, mas, depois de 2100, a contribuição para a elevação do nível do mar aumenta muito, independentemente de termos o pior ou o melhor cenário”, afirmou o pesquisador Mathieu Morlighem, coautor do estudo. “Ou seja, os resultados mostram que é urgente reduzir as emissões agora para proteger as futuras gerações.”

O momento exato em que as grandes geleiras da Antártida começam a retroceder de forma substancial varia de acordo com o modelo usado, segundo Helene. Mas, a velocidade com a qual os grandes degelos acontecem depois que a perda de gelo começa se mostra consistente independentemente do modelo usado.

“Todos os modelos mostram que, a partir do momento em que as grandes mudanças começam, nada mais consegue detê-las nem mesmo reduzir a sua velocidade. Várias regiões da Antártida podem apresentar um colapso completo mesmo antes de 2200”, disse Helene. “O exato momento em que esses grandes colapsos vão começar a acontecer nós não sabemos, mas depende das emissões futuras de gases do efeito estufa. Por isso, precisamos dar uma resposta rápida e reduzir as emissões antes que essas grandes geleiras sejam perdidas.”

De acordo com Helene, o trabalho com pesquisadores de várias partes do mundo é crucial. “Essa colaboração significa que podemos ter uma forma mais robusta para encarar as incertezas, e podemos ver onde nossos modelos concordam e onde discordam para podermos decidir as pesquisas futuras.”

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