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Cotidiano

Enel admite que apagão atingiu 3,1 milhões de imóveis, número maior que em crise do ano passado

Por Agência Estado

17 de outubro de 2024, às 11h45 • Última atualização em 17 de outubro de 2024, às 13h35

A Enel, concessionária de energia elétrica, afirmou nesta quinta-feira, 17, que o apagão que atingiu a cidade de São Paulo e a região metropolitana no fim da semana passada foi maior do que o inicialmente divulgado. No total, foram 3,1 milhões de imóveis que ficaram sem luz – mais do que os 2,1 milhões inicialmente informados pela empresa.

Com isso, o número de imóveis afetados supera ao do blecaute registrado em novembro do ano passado, quando o pico máximo de clientes desligados foi de 2,12 milhões, conforme relatório da própria empresa.

O blecaute sucedeu um temporal na noite de sexta-feira, 11, onde houve ventos com velocidade superior a 100 quilômetros por hora e centenas de árvores caídas. A crise de fornecimento causou transtorno e prejuízos para moradores de várias regiões, que agora se mobilizam para cobrar a empresa na Justiça.

A extensão do problema e a demora na reação levaram o governo federal a abrir um processo disciplinar contra a empresa italiana, o que eventualmente pode levar à perda de concessão. A empresa diz não ver requisitos para isso, uma vez que afirma cumprir os requisitos contratuais.

Conforme o Estadão mostrou, o tempo de reação da Enel em dias críticos piorou e os investimentos caíram. A empresa transferiu a concessão em Goiás no fim de 2022 após ser praticamente “expulsa” pelo governo estadual, motivado por uma série de falhas de fornecimento.

Segundo a empresa, a quantidade de atingidos foi revisada porque o balanço era de 2,1 milhões de imóveis prejudicados às 23h59 do dia 11. Depois, a Enel apurou que entre as 19h e esse horário, havia cerca de um milhão de interrupções que haviam sido recuperadas.

Ainda há 36 mil clientes que ainda não tiveram o serviço restabelecido. Conforme a empresa, casos que permanecem sem luz nesta quinta-feira foram registrados a partir do domingo, 13.

O número de quedas de postes, conforme a distribuidora de energia, aumentou em 40% na comparação com o apagão de novembro de 2023. No total, 251 postes foram afetados.

Foram danificadas 17 linhas de alta tensão, 221 circuitos de média tensão, 11 subestações e 17 transformadores na capital e na Grande São Paulo.

Segundo Guilherme Lencastre, presidente da Enel São Paulo, foi o pior evento climático desde que a empresa assumiu a concessão da região, no fim de 2018, e “provavelmente” o maior em número de afetados.

Os apagões que foram registrados nos dias 11 e 12 já foram resolvidos, segundo a Enel. Nas próximas horas, a concessionária diz que vai priorizar resolver os problemas dos clientes que estão há mais tempo sem luz.

Lencastre diz também que uma das razões para a demora em restabelecer a energia se dá porque há locais de difícil acesso, que tem árvores caídas que impedem a entrada da equipe e oferecem riscos aos eletricistas.

Defesa Civil alerta para risco de nova chuva com ventos fortes

A Defesa Civil Estadual fez alerta sobre o risco de novos temporais acompanhados de ventania no fim de semana. “Nós sabemos que vem chuva na próxima semana e queríamos dizer que não estamos desmobilizando nossa equipe”, afirma Lencastre.

O órgão paulista também convocou as empresas para uma reunião nesta quinta-feira para discutir medidas preparatórias para os eventos climáticos.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou nessa quarta-feira, 16, medida cautelar para que a Enel passe a compartilhar, em tempo real, as informações de seu centro de controle operacional com a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e com as prefeituras das cidades atingidas pelo apagão.

“Nós estamos totalmente abertos, como concessionária de serviço público, a detalhar todos os tipos de informações”, afirmou Lencastre.

Ainda segundo ele, os contratos de concessão de energia elétrica precisam incorporar estímulos à adaptação para eventos climáticos extremos, que se tornarão mais frequentes com o aquecimento global. “Precisamos ter incentivos para investimentos em resiliência, e os atuais contratos não têm esse incentivo.”

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