A lenda do boxe brasileiro Adilson Rodrigues, o Maguila, que morreu de encefalopatia traumática crônica nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, em São Paulo, e foi enterrado nesta sexta (25), já lutou em Americana.

Em 13 de junho de 1992, feriado de Santo Antônio, padroeiro da cidade, o boxeador enfrentou o canadense Gordon Racette, na Festa do Peão, que à época era realizada na Fidam (Feira Industrial de Americana). O brasileiro venceu por nocaute no sétimo round e atraiu um público de 10,4 mil pessoas. 

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Maguila tinha 34 anos na época e precisava vencer a luta para pontuar no ranking global e ingressar nos 30 melhores boxeadores do mundo. Conforme o LIBERAL noticiou dias antes do evento, um esquema especial de policiamento foi feito para garantir a segurança da luta. Foram envolvidos na ação a PM (Polícia Militar) e a Gama (Guarda Municipal de Americana), assim como investigadores da Polícia Civil e seguranças contratados pela organização da luta. 

O custo total do evento ficou em cerca de 55 milhões de cruzeiros na época, de acordo com Valdir Eronildes de Souza, então chefe de gabinete da Prefeitura de Americana. Apesar disso, o município não precisou arcar com o valor da luta. Isso porque a venda de ingressos cobriu o investimento feito para trazer os boxeadores e o aluguel do espaço foi arcado pelo CCA (Clube dos Cavaleiros de Americana), organizador da Festa do Peão.

Transmissão

A luta foi transmitida com imagens pela TV Bandeirantes e, no rádio, pela Rádio Clube (AM 580), que hoje é a Zé FM (76,3) epertence ao Grupo Liberal. Na ocasião, o jornalista e hoje editor do LIBERAL Reginaldo Gonçalves atuava como repórter na rádio e acompanhou de perto a luta. Ele conta que o dia de trabalho rendeu boas histórias. 

“Foi uma atração. A Band tinha os direitos de transmissão da luta e eu trabalhava como repórter da Rádio Clube, hoje Zé FM. A rádio conseguiu vender o evento, coisa inédita para o rádio americanense e brasileiro também talvez tenha sido, porque transmitiu boxe em um sábado à noite. Fui eu, Bachin Jr. e o saudoso Serginho Freire”, disse Reginaldo.

O editor revelou ainda uma curiosidade sobre a luta. Durante a transmissão, os profissionais da Rádio Clube ficaram ao lado da equipe da Band, que contava com o comentarista Newton Campos, especialista na modalidade. Já que não fazia parte da rotina transmitir lutas de boxe, o jornalista se aproveitou da presença do especialista para fazer comentários durante a jornada esportiva. 

“Eu fiquei do lado do Newton Campos e com o fone de ouvido com um lado fora da orelha. Aí combinamos que a cada round o Serginho iria falar alguma coisa no período do comentário do Newton. Enquanto isso, eu ouvia o que ele falava e depois praticamente repetia, para ter uma linguagem técnica, porque quem estava assistindo a Band não estava ouvindo a rádio”, brincou.

“Foi algo totalmente diferente, a gente pela primeira vez transmitindo boxe pela rádio, isso há 32 anos. Foi engraçado”, completou o jornalista. 

A luta em Americana marcou a 43ª vitória da carreira de Maguila. Ao todo, o boxeador acumulou 77 triunfos em 85 duelos disputados. 

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