Nos anos 90, teve início uma nova Ordem Mundial: a Globalização, acompanhada pelo crescimento do capitalismo e pela queda do socialismo. Esse fenômeno foi impulsionado pelos avanços tecnológicos na comunicação, especialmente com a internet e a TV, além do neoliberalismo, que promoveu a diminuição do poder do Estado.

A Globalização transformou a ordem econômica, trazendo benefícios para alguns, mas também consequências negativas, como desigualdade social, aumento do desemprego pela automação, degradação ambiental e emissão de poluentes, que contribuem para mudanças climáticas. Nesse contexto, tornou-se essencial dominar a língua inglesa.

Os países que mais se beneficiaram foram os Tigres Asiáticos, como China e Coreia do Sul, que investiram em educação, reduziram custos de produção e incorporaram tecnologia, frequentemente em condições de trabalho precárias em relação ao Ocidente. Em 30 anos, a China emergiu como a segunda maior produtora de carros, competindo com a Alemanha.

Essa ascensão preocupou a Volkswagen, que possui marcas como Audi, Porsche, Lamborghini, Bentley e Scania. A empresa considera fechar duas de suas cinco fábricas na Alemanha devido aos altos custos de energia e salários. A Stellantis, da Itália, que conta com marcas como Fiat, Maserati, Jeep, Chrysler, Dodge e Alfa Romeo, enfrenta problemas semelhantes, com queda nas vendas. Ambas as montadoras solicitaram à União Europeia o aumento do imposto de importação para se tornarem mais competitivas em relação aos carros asiáticos.

Nos Estados Unidos, o imposto de importação sobre os carros da China foi elevado de 25% para 100%. O presidente Biden afirmou: “A China não compete, trapaceia.” Essa competição desleal afeta diversos setores da indústria, não apenas o automobilístico.

No Brasil, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em nome da Volkswagen, Toyota e GM, solicita ao governo federal o aumento do imposto de importação dos carros da China de 35% para 50%, sob pena de cancelamento dos investimentos que estão sendo feitos no país.

Na França, agricultores pedem a aplicação de uma lei que impede a União Europeia de importar alimentos de áreas desmatadas, o que pode prejudicar o Brasil ao afetar até 34% das nossas exportações do agronegócio para a Europa.

O conceito de Globalização, em sua origem, criava a expectativa de um mundo melhor para todos. No entanto, na prática, revelou distorções que resultaram em uma guerra comercial, levando diversas economias a enfrentarem dificuldades.