Surgiu no noticiário nacional, nesta sexta-feira, o plano em andamento do Ministério da Educação de proibir, por meio de lei, o uso de telefones celulares dentro de salas de aula, seja em escolas públicas ou privadas. A medida busca, segundo o próprio ministério, dar segurança jurídica aos estabelecimentos de ensino, os quais, muitos deles, já adotam maneiras de mitigar o foco de crianças e adolescentes nos smartphones.

A proposta do governo federal é justamente uma adesão ao movimento que tem apoio da comunidade escolar e de muitos pais de alunos. Ao invés de uma recomendação, mais branda em termos de eficácia, opta o governo em impô-la por força de lei, algo que já tem ocorrido em outros países.

Melhor seria se houvesse uma forma mais amigável de se tratar o assunto, claro. Hoje, escolas se utilizam de medidas próprias para conter o uso dos celulares, seja nas salas ou até mesmo durante os intevalos. Algumas têm sucesso. Outras, nem tanto. Mas uma nova lei poderia dar respaldo aos gestores escolares em adotar formas mais padronizadas e eficazes.

Que não se menospreze o benefício que a tecnologia, inevitavelmente, tem trazido ao ensino, especialmente nos tempos de pandemia da Covid-19, em que o mundo virtual foi a forma de não interromper a rotina das escolas. Mas, junto à modernidade, novos riscos também surgem.

Os efeitos psicológicos das redes sociais, o cyberbullying e até mesmo o vício em apostas online por parte de crianças e adolescentes se tornaram desafios aos pais e à comunidade escolar.

Em casa, o diálogo entre pais e filhos é essencial para a conscientização sobre o bom uso dos celulares, já que os riscos vão muito além da mera distração durante as aulas. Mas, nas escolas, os limites precisam, de fato, ser bem estabelecidos em prol de que a função social da sala de aula e até mesmo do recreio não seja desvirtuada pelo vício virtual. Com o apoio e a conscientização de todos, uma saída para o problema surgirá.