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  Da menina à mulher empreendedora

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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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  Da menina à mulher empreendedora

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Empreendedoras

Da menina à mulher empreendedora

Autonomia e criatividade caracterizam o espírito empreendedor e devem ser estimuladas desde cedo. Conheça Luísa, quem inspirou a Little Maker

Por Débora de Souza

25 mar 2019 às 16:13 • Última atualização 25 mar 2019 às 16:14

Foto: Débora de Souza - O Liberal
Incentivar o espírito empreendedor da filha Luísa foi o pontapé inicial para que Diego Thuler criasse a Little Maker

A figura da mulher no mundo dos negócios, à frente de grandes marcas e empresas, não é uma novidade, embora ainda seja vista com certa curiosidade pela sociedade. O empreendedorismo feminino se deve ao desejo de autonomia financeira, porém muito mais à criatividade, coragem e resiliência. Habilidades e competências inerentes à mulher devem ser incentivadas desde cedo nas meninas, pelos pais e professores, de modo que possam crescer confiantes em si mesmas e façam a diferença para si e na sociedade onde vivem.

Luísa Thuler é um desses exemplos. Como muitas meninas, ela adora criar, colorir e fazer trabalhos manuais. O primeiro contato com componentes eletrônicos não lhe despertou interesse, até que o pai lhe ensinasse como usá-los. Aos 7 anos de idade, ela construiu um pequeno robô que movimentava os braços e piscava os olhos ao som de suas palmas. “Eu lembro que fiquei muito feliz quando ele funcionou. Fizemos até um vídeo dele. Fiquei com vontade de fazer mais coisas depois”, conta ela, que incrementava os trabalhos da escola com sons e luzinhas sempre que podia. Mas as invenções foram além.

Aos 11 anos, Luísa criou um cartão-fidelidade para a cantina de sua escola. Cada compra feita no dia em que sua turma comandava o local, rendia um carimbo no cartão. Com seis carimbos, o aluno trocava o cartão por um doce. “Tínhamos que pensar em algo para aumentar as vendas e eu pensei no cartão. Minha mãe ajudou a fazer o design e o pessoal gostou muito”, diz. A ideia ajudou no projeto que visava a arrecadação de R$ 17 mil a serem investidos em uma viagem para a turma.

Little Maker surge a partir de incentivo à filha

Incentivar o espírito empreendedor da filha Luísa foi o pontapé inicial para que Diego Thuler criasse a Little Maker. “Eu queria que meus filhos [Luísa e Henrique] tivessem interesse e paixão pelas coisas que fizessem e achei que a robótica seria interessante. Visitei escolas, fui atrás de kits, mas todos vinham com o passo a passo eliminando o espaço para criação, sem contar que eram horríveis.

Como minha filha, que é superartística, se interessaria por aquilo? Fui adaptando ferramentas, importei e criei outras para tornar tudo aquilo legal para ela”, conta o fundador da Little Maker. “O caso não é saber tecnologia, mas saber que ela é capaz de usá-la a favor de seus sonhos, de suas realizações, que isso não é coisa só de menino.

Até na escola ela tem uma postura diferente dos outros, outra perspectiva e tem mais iniciativa”, orgulha-se o pai. A experiência resultou na fundação da Little Maker, em 2015, que introduz crianças de 5 a 11 anos à cultura maker, o faça-você-mesmo.

Empreendedorismo feminino

A cultura maker trabalha a autonomia, autoestima e autoconfiança da criança. Segundo Diego Thuler, botar a mão na massa mostra para a criança que ela é capaz de criar e dar forma às suas ideias, além de aprender a lidar com erros e contorná-los, buscando soluções diferentes para uma mesma situação. “É preciso entender que empreendedorismo não é só abrir uma empresa, é ter propósito de vida. É acreditar nos sonhos e se planejar para concretizá-los.

Isso faz parte da realização pessoal, fortalece a confiança nas próprias escolhas, o que é muito importante na vida adulta. Às vezes as meninas chegam até nós com alguma resistência à tecnologia, algo que foi incutido nelas em casa, na escola.

Com o tempo elas aprendem que são capazes de fazer certas atividades que antes não fariam por falta de estímulo. Essa confiança leva um tempinho, mas é algo que parte naturalmente delas quando estimuladas.

E quanto antes, melhor! A cultura maker não fará a filha engenheira, mas irá ajudá-la a fazer escolhas, se conhecer, estar bem consigo e ser empreendedora”, enfatiza Thuler.