O mundo passou por diversas transformações nas últimas décadas com a invenção e popularização da internet. Essas mudanças alteraram, também, as diversões. Crianças e adolescentes passam horas na frente de computadores, videogames e, mais recentemente, dos celulares.

As opções de entretenimento são muitas, e 80% daqueles que têm entre 9 e 17 anos estão conectados, segundo dados da Tic Kids Online-Brasil, pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet (CGI).
Para além do senso comum que condena os hábitos da nova geração, o fato é que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos pode provocar transtornos emocionais e afetar a saúde dos pequenos. Crianças muito pequenas podem, inclusive, ter seu desenvolvimento comprometido.

Foto: Adobe Stock

Ainda segundo o mesmo estudo do CGI, 21% das crianças e adolescentes já deixaram de comer ou de dormir por conta do uso excessivo da internet. Mas o que é abusar do tempo conectado?

Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças que tenham entre 2 e 5 anos devem passar no máximo uma hora expostas às mídias. Mais tempo do que isso pode comprometer o desenvolvimento do indivíduo, que nesta fase ainda está em formação.

EMAGRECIMENTO
A instituição não preconiza um tempo máximo para os adolescentes ficarem conectados, mas alerta que é preciso evitar que eles se isolem ou que usem as horas de sono para ficar na internet.

O conteúdo que está sendo acessado também deve ser motivo de conversa na família, já que o consumo dessas informações sem um olhar crítico pode ter efeitos no emocional e na saúde dos adolescentes.
Um dos tópicos que merece atenção é o emagrecimento. 17% dos entrevistados pela Tic Kids Online Brasil respondeu que já pesquisou sobre esse tema.

Consultora em nutrição da ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), Marcela Tardioli alerta que muitas dietas disponibilizadas por perfis na internet podem interferir na autoestima dos jovens e gerar transtornos alimentares.

“Fique atento aos perfis de celebridades, modelos e blogueiros fitness. Muitas pessoas quando vão falar de alimentação saudável acabam não tendo um suporte de informações corretas e transmitem um conteúdo errado”, alertou a especialista.

Veja dicas para não cair em armadilhas
Consultora em nutrição da ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), Marcela Tardioli deu dicas para evitar que crianças e adolescentes caiam em armadilhas que provoquem ansiedade, baixa autoestima, além de riscos à saúde.

Mídias sociais: quem seguir?
É normal que adolescentes e crianças queiram seguir seus ídolos ou aqueles perfis que estão em alta. Mas é importante atenção! Avaliar alguns perfis e mensagens transmitidas por eles pode ajudar a entender melhor algumas atitudes que podem surgir em nosso dia a dia.

Corpo perfeito?
É importante lembrar que o corpo perfeito é um conceito subjetivo, do ponto de vista social. Para perda de peso em crianças ou adolescentes, o tratamento deve alinhar uma adequação de calorias de acordo com a idade de cada um, introdução de atividade física, promoção de mudanças de alguns comportamentos, envolvimento familiar em todo processo e acompanhamento de um profissional da área de saúde.

Alimento vilão?
Muitas vezes observa-se que os alimentos são classificados de forma isolada como “bons” e “ruins”. O carboidrato, por exemplo, é alvo constante de restrições, principalmente nas dietas da moda. É importante lembrar que os alimentos parte deste grupo, como pães, cereais, massas, contribuem para garantir energia às crianças e adolescentes. Além disso, uma alimentação saudável deve conter uma variedade de alimentos de forma balanceada, evitando restrições severas.