Cine, Música & Arte
Margareth Park apresenta nova obra
“Uga Bruxa e seu Gato Puxa-Puxa” reflete sobre o preconceito contra os animais que dão azar, segundo a cultura popular
Por Karina Pilotto
23 nov 2014 às 09:16
Link da matéria: https://liberal.com.br/arquivo-de-noticias/cultura/margareth-park-apresenta-nova-obra-510671/
[img]Diz a cultura popular que gatos pretos dão azar, mas nunca provaram o porquê desta afirmação. Visando propor mudanças com relação ao preconceito que envolve estes animais, a autora Margareth Brandini Park lança hoje a obra infantil “Uga Bruxa e seu Gato Puxa-Puxa” (Editora Adonis, 28 páginas, R$ 35), durante o projeto Leitura com Pipoca, promovido Pela editora Adonis no Quiosque Gostinho de Leitura, no Parque Ecológico Municipal Cid Almeida Franco, em Americana. O evento será realizado entre 10h e 12h, com entrada gratuita para o público.
“Como coordenadora de uma coleção que levanta a bandeira da posse responsável [coleção ‘Bichos de Estimação’], comecei a pensar temas relevantes na área, e os gatos pretos são perseguidos por vários preconceitos. Vi muitas agressões e achei que uma história poderia sensibilizar as pessoas para mudanças. Acredito que a literatura é capaz de oferecer questionamentos e oportunidades de mudanças de crenças e de comportamento”, explica Margareth. Em sua obra, a rima é responsável por dar ritmo a leitura, que é contada pela própria bruxa Uga e seu gato, o Puxa-Puxa. Eles esclarecem que a história de que gato preto dá azar surgiu por um único motivo: a inveja da sabedoria desses animais.
A obra é ilustrada por Lisa França, que faz sua estreia na literatura infantil. “Nos conhecemos desde a infância, pois nascemos na mesma região, a APA (Área de Proteção Ambiental) de Sousa e Joaquim Egídio. Eu a convidei e ela aceitou. Percorremos um caminho de aprendizado mútuo, amadurecemos personagens e pesquisamos plantas venenosas. Como pesquisadora que sou, valorizo muito esse aspecto, pois agregamos conhecimentos novos às páginas do livro”, lembra a escritora. A obra é indicada ao leitor em processo, que já tem um relativo domínio da leitura. A publicação também trabalha o arquétipo da bruxa, o bem e o mal que elas representam, como também a questão de que gato preto é nada mais que uma cor.
“Sempre gostei de gatos. De todas as cores. As histórias de bruxas vinham acompanhadas de ilustrações dos seus gatos pretos de grandes olhos amarelos, gostei logo deles e achava que as bruxas gostavam daquela cor amarela de olhos, do sedoso pelo preto brilhante. Eles eram felizardos por acompanhar de perto tanta aventura. Nunca conseguiram me convencer que os gatos pretos eram criaturas malévolas”, conta Margareth. Ela acrescenta que histórias são portais para o leitor transitar entre as fantasias, que são verdades diferentes. “Assim ampliamos as visões de mundo, crescemos emocionalmente quando nos irmanamos aos personagens, exercitamos papéis sociais e nos humanizamos por meio da relação com as diversidades”, conclui.