Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal

O MP (Ministério Público) apresentou esta semana à Justiça de Americana a primeira ação por improbidade administrativa contra um membro do primeiro escalão do governo Omar Najar (MDB). A acusação é contra o secretário de Governo, Dirineu Soares de Barros Júnior, o Juninho Barros, acusado de usar irregularmente um servidor público e um veículo da prefeitura. A ação, assinada pelo promotor de Justiça Sérgio Claro Buonamici, é baseada em uma reportagem publicada em junho do ano passado pelo LIBERAL, que mostrou um funcionário público usando um carro oficial para levar alimentos em um terreno cedido ao secretário para a criação de galinhas.

Vídeos obtidos pelo jornal mostram o encarregado de serviços Ewerton Willian dos Santos Bento, lotado atualmente na Unidade de Obras Públicas, dirigindo um carro da administração. Ele carrega restos de alimento em um supermercado da cidade e se dirige ao terreno ao lado da casa do secretário, na Rua Brasília, no Werner Plaas. Em uma das imagens, Juninho ajuda o servidor com a carga.

Para o promotor, o secretário cometeu atos de improbidade administrativa que acarretam em “enriquecimento ilícito” e “violação dos princípios da administração pública”.

“A conduta do agente público que privilegia os interesses pessoais em detrimento do interesse público e que faz uso da máquina administrativa para tirar proveito pessoal ofende os deveres de honestidade e lealdade às instituições, maculando os princípios da probidade e da moralidade administrativa”, diz a peça inicial do processo, distribuído para a 4ª Vara Cível.

Em depoimento ao promotor, Ewerton admitiu o uso do veículo oficial para levar alimentos ao galinheiro “três vezes por semana”, mas disse que fazia isso por iniciativa própria.

Barros não prestou depoimento à Promotoria, mas protocolou uma defesa escrita. Nela, o secretário afirma que as galinhas servem para o controle de escorpiões. Sobre as viagens do servidor até o terreno, em horário de serviço e com o carro oficial, ele alega que elas eram a trabalho.

“Muitas e muitas vezes o servidor esteve na minha residência sem levar nenhuma sobra de alimentos, no entanto, estas filmagens não foram exibidas”, afirmou.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa para se manifestar sobre a ação, a prefeitura afirmou que ainda não foi notificada, mas que apurou o caso por meio de sindicância. Já Juninho afirmou que “tem segurança da sua inocência nas acusações”.