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  Dificuldades de quem vai tirar o CNIS no site da Previdência

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Dificuldades de quem vai tirar o CNIS no site da Previdência

Profissionais tarimbados, acostumados a usar a internet, também encontram obstáculos na tentativa de realizar o procedimento

Por Agência Estado

02 ago 2018 às 17:13

Segunda-feira, dia 16, um novo serviço passou a ser oferecido pelo portal da Previdência Social, o INSS (“Meu INSS”), o de acesso ao Cadastro Nacional de Informações Sociais, CNIS. Novidade digna de elogios, afinal, trata-se de um documento de muita importância para qualquer trabalhador que pretende um dia se aposentar pelo INSS. Ter acesso a ele com alguns cliques é ter controle sobre o que poderá ser a sua fonte de renda no futuro.

Mas o sistema precisa ser melhorado e muito para que o segurado possa se valer dessa comodidade. Ao entrar no site www.inss.gov.br é só clicar na janela “Meu INSS – Central de Serviços”. Para ter acesso ao CNIS e para a maioria de outros dados e serviços, é preciso ter login e senha e para isso o segurado terá de informar nome, CPF, data de nascimento, nome da mãe, e local de nascimento.

Foto: Fotolia
Qualquer letra fora de lugar na hora de digitar é o suficiente para o sistema impedir que o segurado obtenha a sua senha

São dados pessoais, pode parecer simples, mas não é. Qualquer letra fora de lugar é o suficiente para o sistema impedir que o segurado obtenha a sua senha. Basta, um “de” no lugar de “da” no nome da mãe, por exemplo, como consta na base do INSS, para o processo ser interrompido. Mas isso nem chega a ser a maior dificuldade.

Depois dos dados pessoais, há uma sequência de questões que devem ser respondidas com precisão, porque com apenas um erro não há continuidade no cadastro.

São informações que variam de acordo com a situação específica do segurado, mas que nem sempre estão à mão ou na sua memória. Em que ano houve a última contribuição individual feita por meio de carnê, ou em que ano a empresa em que trabalhou fez a última contribuição à Previdência, ou ainda qual o salário que você recebeu em seu último emprego são algumas dessas perguntas.

MAIS DIFICULDADES

Não são apenas os segurados da Previdência Social que têm dificuldades para acessar o site “Meu INSS”. Profissionais tarimbados, acostumados a usar a internet em seu dia a dia, também encontram obstáculos na hora de obter informações pelos sistemas desenvolvidos pela Previdência Social.
É o caso do atuário Newton Cezar Conde, sócio-diretor da Conde Consultoria Atuarial, empresa especializada no desenvolvimento de planos de previdência privada para os fundos de pensão.

“Você entra com a senha em um dia e no outro, recebe a informação que a senha está errada, aí tem de aguardar pelo menos mais um dia para conseguir registrar uma nova senha”, afirma.

Conde explica que a Dataprev é a responsável pelo processamento de dados da Previdência Social. “A maioria dos sistemas desenvolvidos pela Dataprev para a Previdência Social está travada”, diz ele.

Na comparação com outros sites do próprio governo, como os da Receita Federal, da Caixa Econômica Federal, o “Meu INSS” fica muito para trás, em termos de agilidade na navegação, na opinião do especialista. O atraso é ainda maior diante de sites da iniciativa privada, como os dos bancos.

Depois de fornecer informações sobre a sua vida profissional, como a última contribuição, empresas em que trabalhou e outras, se mais de uma resposta estiver errada, o segurado volta para a estaca zero. Tem de começar tudo de novo, após alguns minutos de navegação. “O sistema não volta para a página anterior ou, então, solicita novas informações, para que a navegação continue”, critica o atuário.

Senha provisória dada pelo INSS

Se todos os dados estiverem corretos, o segurado receberá uma senha provisória. Ao usar essa senha fornecida pelo próprio INSS, é preciso ainda validar a informação clicando em um quadro para confirmar que não é um robô, mas em alguns casos, ao fazer isso aparece a mensagem de “captcha inválido”- captchas são testes de segurança criados pelos programadores para identificar se o internauta é uma pessoa ou um robô. Pronto, a pesquisa trava de novo. Tem de começar novamente.

Lá a orientação é que se houve dificuldades, o segurado deve ligar para o 135, da Central de Atendimento da Previdência Social. Mas não resolve. O atendente não tem como resolver a situação. A resposta que o aposentado receberá na ligação é a de que há “inconsistência nos dados fornecidos”. “São respostas padronizadas, porque o atendente não tem acesso aos dados para responder com precisão”, diz o consultor Newton Cezar Conde.

“O problema não está na senha. Está no sistema. Afinal, a Previdência possui mais de 30 milhões de segurados. O sistema está congestionado”, constata o especialista. A partir de sua experiência, ele recomenda tentar entrar no portal no período da noite, quando a demanda é menor e, portanto, as chances de conseguir o acesso são maiores.