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  Mistério dá tom de romance policial

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Cine, Música & Arte

Mistério dá tom de romance policial

Escritor Paulo Levy lança aventura nos moldes “Sherlock Holmes”, cuja narrativa tem como cenário a feira literária do Brasil

Por Karina Pilotto

05 jul 2015 às 09:05 • Última atualização 30 nov -0001 às 00:00

[\img]O escritor Paulo Levy lançou em 2011 a obra “Réquiem para um Assassino”, um livro policial que se passava em uma cidade litorânea, a antítese dos climas soturnos da maioria das histórias do gênero, quase sempre ambientadas em grandes centros urbanos.
A boa recepção animou tanto o escritor que ele preparou um segundo voluma da obra, “Morte na Flip” (Editora Bússola), que coloca o mesmo personagem principal da obra anterior, o delegado Joaquim Dornelas, para descobrir um assassino em meio a maior festa literária do país, que acontece na cidade histórica de Paraty.

“Uma vez que Dornelas nasceu de uma espécie de epifânia que tive em Paraty, em julho de 2010, quando passei uma semana de férias na cidade, antes mesmo de ‘Réquiem’ entrar em gráfica eu já havia tido a ideia de colocá-lo numa trama que envolvesse a Flip. Por essa e outras razões, fui à Flip, fotografei muito, fiz anotações, perambulei pela cidade, bebi cachaça me imaginando nos sapatos do personagem. A cena dele caminhando sobre as pedras no estuário do rio, no primeiro capítulo, eu mesmo a fiz na noite de abertura da Flip”, conta o escritor.

De certa maneira, Levy considera essa continuação da história investigativa um desenvolvimento natural do primeiro livro. “Por já ter apresentado os personagens principais no livro do ano passado, consegui ir mais fundo em muitos aspectos, não apenas na trama em si, que é mais intrincada nesse livro, como nos personagens, suas motivações, conflitos”, observa o autor.

Subversão. Mas de igual ao livro anterior, Levy manteve os aspectos bem brasileiros, que vão dos trajes usados pelos policiais até a falta de recursos comum aos policiais brasileiros. Essa subversão do gênero que desde o final do século 19 conquista leitores em todo o mundo acaba sendo o principal atrativo de “Morte na Flip”, como define o escritor.

“A literatura policial é maravilhosa, mas escrever livros policiais é colocar-se numa camisa de força assim que você começa a escrever a primeira linha. Um livro policial está sempre preso a uma lógica inescapável: existe um crime, faz-se uma investigação respeitando certos procedimentos e procura-se um culpado. Se ele será ou não preso, é outra história. Por essa razão, a literatura policial está sempre ligada a uma realidade de época. Sherlock Holmes transitava por uma Londres de carruagem, em ruas e vias precárias, fazia frio, havia muita neblina. Ele fumava cachimbo, usava uma capa de tweed, chapéu. Os personagens policiais estão sempre presos à época em que viveram. Sem isso, fica tudo solto e o personagem se torna irreal”.

A obra pode ser encontrada em livrarias do país pelo preço médio de R$ 36,90.