18 de abril de 2024 Atualizado 22:58

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Celebridades

Uma nova era

Com “Passaporte para Liberdade”, Rodrigo Lombardi acredita que vai abrir portas para participar novas produções em inglês

Por

17 de janeiro de 2022, às 14h47

É comum entre os atores o sonho de uma carreira internacional. É claro que uma novela de sucesso pode rodar o mundo, o que já projeta algumas pessoas do Brasil no exterior. Mas “Passaporte para Liberdade”, minissérie da Globo, já é fruto de uma nova movimentação da emissora: rodar produções em inglês, visando principalmente o facilitar a entrada em outros mercados.

Para Rodrigo Lombardi, que interpreta Guimarães Rosa na história, essa parece ser uma tendência daqui para frente. “As produções estão espalhadas pelo mundo, sem qualquer tipo de barreira. Hoje, podemos assistir a uma produção espanhola falada em inglês, a um filme italiano falado em alemão ou a uma produção brasileira sobre uma história que se passa na Alemanha, falada em inglês”, exemplifica.

Para Rodrigo Lombardi, que interpreta Guimarães Rosa na história, produção em inglês parece ser uma tendência daqui para frente – Foto: Divulgação

“Passaporte para Liberdade” foi o primeiro trabalho do ator em inglês. Mas Rodrigo acha que esta é uma oportunidade que tem todas as chances de se repetir no futuro. E não muito distante. “Abriu-se uma porta. E acredito que faremos novas produções em breve”, torce. Mas o paulistano, que completou 45 anos em outubro, reconhece que não foi fácil. “Foi estranho no começo. Fiquei inseguro, mas tivemos uma coach incrível, a Barbara Harrington”, revela.

Como foi seu processo de construção para interpretar Guimarães Rosa?

Não li toda a obra dele. Faltam dois livros, eu acho. A maior parte não li por causa da série, já tinha lido, na verdade. É uma loucura! Ele é um inventor de palavras, um apaixonado, seja em que língua for. Era um cara que falava 23 idiomas fluentemente, aprendeu sozinho. Capengando, eram mais uns 17. Temos muito poucos registros do Guimaraes Rosa em vídeo. Seria impossível para mim – e até ofensivo – construir alguma coisa a partir de três ou quatro vídeos. Não dava pra entender o que ele era. Então, me ative ao homem e aos fatos. Aos trejeitos, à prosódia dele – muito particular, quase sulista. Eu não podia fazer isso, porque ficaria uma caricatura, talvez, ofensiva. Então, me ative aos fatos.

O que mais encantou você nessa composição?

A Sophie. Aos poucos, fui conhecendo essa mulher, que tem uma leveza e foi encontrando uma profundidade tamanha, dentro de um personagem muito difícil. Uma pessoa que não queria ter sido exposta. Como o Mário Teixeira (autor) disse, a gente não sabe se a Aracy iria gostar dessa série sendo feita, sobre ela. Mas, fomos em busca de pessoas que conheciam o casal, debatemos, criamos… A parceria com a Sophie foi incrível, porque ela é uma pessoa muito interessante. Ao mesmo tempo em que ela é chique, inteligente e fala vários idiomas, ela tem uma certa bagaceirice (risos). A Sophie é incrível! Uma parceira com quem se pode fechar o olho e se entregar, porque ela vai segurar você. Eu assisti à série, porque dublei. E ela está incrível! Tenho muito orgulho de ter estado ao lado dela esse tempo todo.

Além de “Passaporte Para Liberdade”, você também gravou a nova versão, em filme, de “Grande Sertão: Veredas”. Como foi a experiência?

Acabei a série, fiz um longa e, depois, gravei o “Grande Sertão”. Minha cabeça entrou em parafuso. Comecei a ver aquela história de Diadorim, aquela mulher guerreira. Eu falei: “essa mulher é a Aracy”. Como pode não ser? Tem que ser! Fiquei maluco, uma riqueza tamanha! Essa série é uma serie consular, de ideias. Você senta e ouve as pessoas. As coisas vão acontecendo e você vai ficar angustiado. Como essa mulher vai fazer isso? Eu tenho muito orgulho de ter participado da equipe do Jayme (Monjardim, diretor) e do Mário. Espero que a gente possa contar outras histórias juntos.

O primeiro nome para interpretar Guimarães Rosa era o de Mateus Solano. Como lidou com isso?

Esse é um personagem que eu boto em uma caixinha muito especial das prateleiras dos meus trabalhos. Como 90% dos meus trabalhos, eu não era a primeira opção para viver o Guimaraes Rosa. Mas, é como o Jayme disse: as histórias escolhem seus contadores.

“Passaporte para Liberdade” passou por um período de hiato com a pandemia e precisou passar por adaptações. Quais foram os maiores desafios?

Com a pandemia, João foi o personagem que ficou em mim por mais tempo. Foram oito episódios e mais de um ano estudando, diariamente. O grande desafio disso tudo foi conseguir voltar ao set na mesma temperatura e realizar o trabalho no mesmo ritmo em que paramos. Conseguimos. E ainda mais estudados, o que foi ótimo para todos. Guardei os óculos de João. Sempre pego algo de meus personagens, mas também tento emprestar algo meu, levar um pouco de mim para ele.

Publicidade