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Celebridades

Riso de saudade

Na pele da atrapalha Desirée, Mayana Neiva relembra os bastidores do “remake” de “Ti-Ti-Ti”

Por Geraldo Bessa / TV Press

18 de junho de 2021, às 18h48

Algumas personagens têm o poder de mudar radicalmente a vida de suas intérpretes. É dessa forma que Mayana Neiva encara a divertida Desirée do “remake” de “Ti-Ti-Ti”, da Globo. “Foi minha primeira novela e eu estava bem nervosa. Vi que as coisas tinham mudado quando as pessoas começaram a me reconhecer. Foi o papel que me deu projeção nacional e até hoje eu sou chamada de Desirée nas ruas”, destaca.

Pouco mais de 10 anos depois da exibição original, a trama voltou ao ar no “Vale a Pena Ver de Novo” e agora causa um misto de sentimentos em Mayana. De um lado, o saudosismo de rever um trabalho de alto teor afetivo. Em contrapartida, a atriz tem de segurar sua porção mais autocrítica ao revisitar suas cenas. “Não estava habituada ao estilo mais rápido dos folhetins. Era muito texto, pouco tempo de preparação e muitas horas dentro do estúdio. Por fim, acho que a principal marca deste trabalho foi a diversão. Tanto para quem fazia quanto para quem assistia”, valoriza.

A boa repercussão da participação em “Ti-Ti-Ti” acabou levando Mayana – Foto: Divulgação

Baseada em diversas tramas oitentistas do novelista Cassiano Gabus Mendes, um dos pontos altos de “Ti-Ti-Ti” foi o texto leve e atualizado de Maria Adelaide Amaral, fator potencializado pela presença do saudoso Jorge Fernando como diretor. Do ensaio até as marcações, Mayana credita a Jorge boa parte do “timing” de comédia que foi dominando ao longo das gravações. “Fazer humor é muito complicado. Não é só chegar com o texto pronto. Jorginho me deu dicas importantes de onde estava a graça de cada fala. Aos poucos, fui caminhando com minhas próprias pernas”, garante.

Do posto de alívio cômico, a leveza e o tom romântico de Desirée a tornaram uma das principais mocinhas da história, o que acabou fazendo com que ela ganhasse ainda mais destaque. Mesmo com tantas cenas em mente, Mayana elege a entrada triunfal da personagem na festa da fictícia revista “Moda Brasil” como uma de suas cenas favoritas.

Na sequência, Desirée tem de se portar como uma supermodelo e causar uma boa impressão vestindo um suntuoso vestido vermelho criado pelo estilista “fake” Victor Valentim, de Murilo Benício. “Cena de festa é sempre um acontecimento. A Desirée se concentrando para não dar nenhum furo e todos curiosos por aquele vestido. É uma sequência que resume bem o espírito da trama”, analisa.

A boa repercussão da participação em “Ti-Ti-Ti” acabou levando Mayana para outros trabalhos, como a vilã Maria do Amparo, de “Amor, Eterno Amor”, e a decidida Charlene de “Sangue Bom”. Com o contrato com a Globo chegando ao fim, em 2014, ela decidiu investir em uma carreira mais independente e fora do Brasil. Após participar da série argentina “Encerrados”, de 2015, ela fixou residência nos Estados Unidos.

“Morei em Nova Iorque, um dos mercados mais competitivos do mundo, que reúne intérpretes de diversos países em busca de uma oportunidade. Foi um período de fortalecimento”, explica. Em 2017, a volta ao Brasil foi por um motivo nobre: viver a passional e misteriosa Leandra de “O Outro Lado do Paraíso”, sucesso de Walcyr Carrasco.

Na sequência, Mayana acabou por encontrar um dos projetos mais importantes de sua carreira, a série “Rotas do Ódio”, produção da NBC Universal International exibida pelo canal pago Universal TV. “A delegada Carolina tem um espaço muito especial no meu coração. A série toca em questões urgentes e contemporâneas como intolerância e diversidade. Me senti fazendo parte de algo relevante do ponto de vista social”, ressalta.

Paraibana de Campina Grande, Mayana era “habitué” dos concursos de beleza da região, mas largou a vida de Miss para apostar na carreira de atriz. Aos 21 anos, mudou-se para São Paulo, onde logo se aproximou do trabalho experimental de diretores como José Celso Martinez Corrêa, do Grupo Oficina, e Antunes Filho, do Centro de Pesquisa Teatral. Foi nos palcos, inclusive, que Mayana acabou encantando a autora Maria Adelaide Amaral, o que lhe valeu um convite para a minissérie “Queridos Amigos”, de 2008.

Apesar da pandemia, aos 38 anos, Mayana vive dias de alta produtividade. Com planos de um musical e uma nova incursão literária na cabeça, ela comemora a entrada das quatro temporadas de “Rotas do Ódio” na Globoplay e se prepara para o lançamento de “Temporada de Verão”, série que acaba de gravar para a Netflix. “Tenho a mente inquieta e muita vontade de tirar as coisas do papel e concretizar. Ficar muito tempo parada foi bem difícil. Estou com diversos planos acumulados”, ressalta.

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