28 de março de 2024 Atualizado 13:49

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Celebridades

Referência necessária

Na pele da adolescente Paloma, Luana Camaleão valoriza o foco nos conflitos juvenis de “Todas as Garotas em Mim”, da Record

Por MÁRCIO MAIO - TV PRESS

14 de julho de 2022, às 07h33 • Última atualização em 14 de julho de 2022, às 07h35

Poucas vezes, a tevê aberta foca especificamente no público jovem hoje em dia. Pelo menos essa é a impressão de Luana Camaleão, a expansiva Paloma de “Todas as Garotas em Mim”. Esse, aliás, foi um fato que chamou bastante a atenção da atriz, quando foi chamada para integrar o elenco da série adolescente da Record. Aos 21 anos, Luana entende que esse é um momento de muitas dúvidas na cabeça deste grupo e ter personagens que refletem a mesma fase na televisão pode se tornar reconfortante para esses telespectadores.

“Além disso, também serve como um alerta sobre riscos aos quais eles podem estar expostos. Crianças e adolescentes precisam de referências, necessitam que temas dos seus universos sejam expostos e debatidos”, avalia a jovem.
Na trama, Paloma faz parte do grupinho de amigos da influenciadora digital Mirela, a personagem principal, vivida por Mharessa. Mas, com uma proximidade maior com a venenosa Nicole, papel de Gabriela Mag. E uma característica intrigou Luana de cara: o fato de Paloma ser uma menina mais falante. “O ‘tagarelar’ dela foi meu maior desafio. Sou muitíssimo observadora e, principalmente quando estou conhecendo um lugar novo, com pessoas desconhecidas, fico bastante retraída. Em geral, o silêncio é meu lugar confortável”, explica. Para Luana, alguém com tantas fragilidades não se exporia dessa forma. Porém, era preciso justificar essa fala compulsiva para cumprir com o que roteiro e a direção exigiam. “Compreendi que o motivo pelo qual ela desatina a falar é o mesmo que me faz calar: o desejo de aceitação. Assim como fico quieta, por medo de julgamento, Paloma fala tanto para ser notada e aceita”, deduz.

Outro ponto que chamou a atenção da atriz foi que “Todas as Garotas em Mim” se passa no Sul do país, fugindo do tradicional eixo Rio-São Paulo, constante em novelas e séries contemporâneas do Brasil. “Conheci Santa Catarina ainda bebê. Aliás, foi na Praia da Daniela (em Florianópolis) que vi o mar pela primeira vez, com poucos meses de vida”, conta. Acostumada a passar as férias escolares e feriados com amigos e família na região, gravar a série da Record acabou se tornando um tanto simbólico. “Foi uma realização profissional e afetiva viajar a trabalho para perto de casa, tanto na viagem a Florianópolis quanto para Gramado”, diz.
Trabalhar os dias de hoje e passagens bíblicas também instigou Luana, que fez parte do elenco da última fase da novela “Gênesis”, na pele da serva egípcia Kéfera.

“Acho essa linguagem de ‘faz de conta’ proveniente da imaginação de Mirela, com base nas histórias da ‘Bíblia’ que sua avó conta, bastante inovadora. É interessante para o público acompanhar duas tramas simultaneamente, com cenários e figurinos distintos”, opina. Além disso, a responsabilidade da equipe cresce com essa dinâmica. “Para o elenco, é desafiador compor dois ou três personagens juntos”, defende.

O interesse pelas artes cênicas surgiu ainda criança. Durante o período de férias escolares, o pai costumava criar roteiros para que a família gravasse filmes caseiros. “Era uma brincadeira, mas levávamos com seriedade e até os adultos da família entravam na onda”, lembra. Na escola, quando tinha 11 anos, Luana teve aulas de teatro na grade curricular, prática que se manteve até o fim do Ensino Fundamental. Depois, ela passou a estudar na Casa de Teatro de Porto Alegre e, desde então, nunca se afastou desse universo.

“Realizei seis montagens teatrais dirigidas pela atriz e professora Larissa Sanguiné e pelo ator e professor Leo Maciel, pela Casa de Teatro. Estudávamos as dramaturgias em grupo e fazíamos improvisos e exercícios cênicos para construir os personagens”, recorda. Com 16 anos, foi até São Paulo de férias, mas aproveitou para fazer um curso de três semanas na escola do diretor Wolf Maya. “Fiquei encantada pelo curso e por aquilo que a capital paulistana me proporcionou, em termos de cultura e amadurecimento pessoal. Mudei para São Paulo, a fim de fazer faculdade”, explica.

Publicidade