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Celebridades

Pedras no caminho

Após quase um ano fora do ar, Flávia Alessandra retoma jornada da sofrida Helena em “Salve-se Quem Puder”

Por Caroline Borges / TV Press

07 de maio de 2021, às 07h53

Flávia Alessandra acumula mais de 30 anos de Globo. Ao longo dessas três décadas, a atriz de 46 anos viu inúmeros altos e baixos, percalços e imprevistos atravessarem as gravações dos mais diversos projetos. Mas nem em seus sonhos mais audaciosos ela esperou encarar uma pandemia durante o período de gravações.

Não à toa, Flávia teve certa dificuldade para acreditar e compreender a ligação de Daniel Ortiz, informando que as gravações de “Salve-se Quem Puder” seriam paralisadas em virtude das medidas de isolamento social no combate à Covid-19.

“O Daniel é muito brincalhão. Achei que ele ia pregar uma pegadinha em mim. Mas não era nada disso. Ele escreveu cenas finais e teríamos pouco tempo para gravar até os estúdios fecharem. Sou da velha guarda e nunca vi a Globo tirar uma novela do ar e suspender a programação. A gente sabia da pandemia naquele momento e que era grave, mas, quando veio a paralisação, tudo se tornou muito mais real”, explica a atriz, que vive a elegante Helena no folhetim das sete.

Até meados de maio, Flávia terá a chance de rever os primeiros capítulos da novela. Logo depois, irá ao ar a reta final inédita gravada no segundo semestre do ano passado, seguindo rigorosos protocolos sanitários. “A gente se esforçou muito para que tudo desse certo. Estávamos muito felizes e realizados de retomar os trabalhos. Todo mundo tinha uma concentração e uma vontade enorme de finalizar esse trabalho”, ressalta.

Natural de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, Flávia Alessandra ganhou uma estátua em sua homenagem, na orla da cidade – Foto: Divulgação

Como você recebeu a notícia sobre a paralisação dos trabalhos da novela?

Eu estava com as minhas filhas quando o Daniel me ligou e me informou. Como o Daniel é muito brincalhão, eu achei que ele estava fazendo uma pegadinha comigo. Mas ele falou em um tom muito sério: “Flávia, sou eu, Daniel, não estou brincando. Escrevi umas cenas finais para você gravar porque a novela vai sair do ar”. Então, eu compreendi que estávamos enfrentando uma situação bem grave. Isso me deixou bastante chocada.

De que forma?

Eu tenho 32 anos de Globo. Nunca imaginei ver uma novela ser paralisada no ar. Ao mesmo tempo, também nunca estive tão envolvida com uma novela tão longa. Começamos em janeiro de 2020 e vamos terminar quase no segundo semestre de 2021. Isso sem falar em todo o período de pré-produção. Mesmo com todas as implicações, achei essa decisão da Globo muito acertada. Foi muito bom saber que a empresa estava priorizando proteger seus funcionários e equipe.

Como foi retomar o trabalho de “Salve-se Quem Puder” após quase seis meses de paralisação?

Então, lembro que voltamos a gravar pelo meu núcleo. Inicialmente, não parecia ser um desafio muito grande porque era um núcleo que o cenário era uma casa enorme e uma família que tinha uma certa frieza. Então, não era tão difícil fazer distanciamento. Mas, ainda assim, quando terminamos a primeira semana lembro de olhar para o Fred (Mayrink, diretor) e ele estar com uma cara de exaurido. É muita coisa para pensar, uma matemática louca. Mas sabia que a gente tinha de sobreviver porque tínhamos 53 capítulos para entregar. Essas gravações exigiam mais da gente.

Por quê?

Era necessária uma concentração absurda em cena porque a organização toda do “set” mudou. Então, cenas que levariam meia hora ou uma hora estavam levando cerca de duas ou três horas. Ficava naquele suspense eterno. Nessa segunda temporada, a minha personagem só tem cena dramática do começo ao fim.

Como você lidou com esse período em casa, aguardando o retorno das gravações?

Não foi fácil. A gente queria muito retomar os trabalhos. Voltar a gravar, inclusive, me ajudou muito a atravessar esse período de pandemia. Inicialmente, a gente achava que ficaria longe dos estúdios por uns três meses. Mas a situação foi complicando e o tempo foi alargando. Então, começou aquele turbilhão de pensamentos. Assim que entendi todos os protocolos e as medidas de segurança me senti muito segura dentro dos Estúdios Globo. Fiquei realizada de estar de volta com meu trabalho. É algo que me deixava realizada.

A novela voltou ao ar desde os capítulos iniciais. Você tem acompanhado essa reexibição antes da reta final inédita?

Sim. Eu acho interessante que, pela primeira vez, vamos ter uma novela que se tornou uma obra de caráter fechado. O grande diferencial das novelas é que a gente não sabe começo, meio e fim de um personagem. Dessa vez vamos ter uma novela toda fechada no ar. Por um lado, isso será bom, porque vamos poder acompanhar a novela de cabo a rabo. Normalmente, quando estamos gravando, a gente não tem como ver o trabalho porque ficamos até tarde em estúdio. Acho que vai ser especial acompanhar dessa forma. Além disso, o Daniel criou diversos finais. Então, de alguma forma, ele consegue mudar algo.

Após tantos meses de paralisação, você fez algum trabalho para retomar a personagem?

Não. Mas eu escuto muito todo mundo do elenco falar da importância de reencontrar os colegas, figurino e o cenário dos personagens. Mas o que fazer quando a atriz não entra no figurino? Eu engordei cinco quilos durante esse período em casa e os figurinos da Helena são todos justos, super secos. As roupas não fechavam por nada. A minha maior preocupação era que eu precisava de uma prova de figurino urgente (risos).

Você já consegue fazer um balanço desse trabalho?

Mais do que nunca a gente percebeu que novela é um trabalho coletivo. Um esforço de todos. O Fred me protegeu em diversos momentos, e me senti muito segura de voltar a gravar tendo o Fred como um líder desse projeto. O elenco também se uniu muito durante essa retomada. Toda essa união foi importante e sensacional, mas o trabalho só foi para frente porque tínhamos um líder que fazia toda a diferença durante o processo. Sou muito fã do trabalho do Fred. Não largo mais.

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