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Celebridades

O ano que mal começou

Confira, dia 31 em nosso site, a retrospectiva dos Melhores & Piores 2020 na televisão brasileira

Por Redação

29 de dezembro de 2020, às 14h34

O ano de 2020 tinha tudo para ser bastante auspicioso na televisão brasileira. A esperada estreia da gigante internacional CNN Brasil, as Olímpiadas de Tóquio e a crescente onda dos serviços de “streaming” mostravam um futuro intenso para o audiovisual. Mas a pandemia do novo coronavírus tirou tudo do lugar. Do dia para a noite, os estúdios de televisão fecharam, as novelas foram interrompidas, de forma inédita, no meio e os futuros projetos entraram em espera ou foram imediatamente cancelados, acarretando uma enxurrada de demissões no meio e uma crise sem precedentes.

Com as medidas de isolamento social, os programas precisaram se adaptar ao formato remoto ou, então, reduzir as equipes dentro do estúdio. Novas formas de produzir foram sendo descobertas e o padrão de qualidade técnica precisou dar lugar a um conteúdo mais robusto. Dramaturgia, Jornalismo e Linha de Shows se reinventaram à distância sem qualquer prazo de normalidade no horizonte.

O melhor programa de talent show escolhido no ano de 2000 foi o Top Chef Brasil, da Record – Foto: Divulgação

O acervo dramatúrgico da Globo é impressionante. Ao longo das mais de cinco décadas em que está no ar, a emissora produziu inúmeras novelas, séries e minisséries. Esse vasto acerto audiovisual foi o que fez a emissora sentir menos a paralisação das gravações em comparação com as concorrentes.

Sem muitas opções para reexibir, SBT e Record recorreram aos batidos e pouco surpreendentes enredos infantis e bíblicos, respectivamente. A Globo viu novelas que já foram sucesso ganhar fôlego novamente. Escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, “Totalmente Demais” reacendeu o frisson da disputa entre Arthur e Jonas, interpretados por Fabio Assunção e Felipe Simas, pelo coração de Eliza, de Marina Ruy Barbosa. O sucesso foi tanto que os autores precisaram vir a público e esclarecer que não havia possibilidade de gravar um novo final para a edição especial apesar dos pedidos do público.

Enquanto a Globo colhia a segunda parte do sucesso de suas obras, a Record foi completamente infeliz na exibição da reprise de “Apocalipse”. Diante de um caos mundial e um crescente número de mortes pelo novo coronavírus, a emissora de Edir Macedo reapresentou uma história sobre o fim do mundo. O “timing” perfeito… para não dizer o contrário.

Jornalismo. Em 2020, o jornalismo ganhou de vez o “status” de serviço essencial. A pandemia do novo coronavírus escancarou a velada rivalidade do presidente da República com o jornalismo sério e de qualidade.

O esporte também não saiu ileso da pandemia. Durante cerca de quatro meses, os canais de esportivos viram o marasmo do período de férias de dezembro e janeiro se perpetuar com a paralisação do esporte mundial. Os milionários investimentos na cobertura das Olímpiadas de Tóquio tiveram de ser suspensos com o adiamento da competição internacional. No Brasil, a crise econômica fez a Globo rever seus contratos de transmissão, deixando o caminho aberto para o SBT assumir a cobertura da Libertadores da América.

Se para as novelas não havia chance de retorno tão cedo, a Linha de Shows não pôde falar o mesmo. Passado o susto inicial da pandemia, o setor começou a se reorganizar com produções gravadas de forma totalmente remota, como foi o caso da série “Amor e Sorte” e do genial “Sinta-se em Casa”, estrelado por Marcelo Adnet, e também começou a estrear produções previamente gravadas, como a série “Todas as Mulheres do Mundo”, disponível no Globoplay.

Após o fim do “Programa da Sabrina” no ano passado, Sabrina Sato estava pronta para um recomeço na Record. Mas com a pandemia e a falta de organização da emissora, a apresentadora assumiu, por menos de um mês, o comando do “Domingo Show”. Ainda sem encontrar seu lugar na Record, Sabrina amarga o “Destaque Negativo de Personalidade”. E por falar em falta de lugar, o controverso “Se Joga”, que saiu do ar em março por conta da pandemia, segue sem retorno definido na grade da Globo. O futuro do programa comandado por Fernanda Gentil, Fabiana Karla e Érico Brás é um mistério que a emissora não deseja mexer tão cedo.

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