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Com a fama de mau

De volta em ‘Verdades Secretas’, Rodrigo Lombardi se surpreendeu com o sucesso do amoral Alex

Ao longo da trama de Walcyr Carrasco, o ator de 44 anos buscou se desligar de qualquer referência heroica que já tinha vivido na tevê até aquele momento

Por Caroline Borges - Tv Press

16 de outubro de 2021, às 08h18 • Última atualização em 16 de outubro de 2021, às 08h19

Recentemente, Rodrigo encerrou as gravações da série “O Anjo de Hamburgo”, em que vive o escritor e diplomata Guimarães Rosa - Foto: Divulgação - Globo

Rodrigo Lombardi trabalhou o desapego durante o trabalho em “Verdades Secretas”. Ao longo da trama de Walcyr Carrasco, o ator de 44 anos buscou se desligar de qualquer referência heroica que já tinha vivido na tevê até aquele momento. Para incorporar o amoral empresário Alex, Rodrigo não teve medo de se jogar em um universo completamente novo e inesperado.

“Lembro que o Mauro Mendonça me falou para ir sem medo. Eu vinha de muito heróis na tevê. Então, busquei não ter medo de fazer um vilão ou de qualquer julgamento do público. Não tive receio de nada. Simplesmente fui construindo e vivendo o Alex de acordo com o texto do Walcyr”, afirma o ator, que retornou ao ar na reexibição da novela.

Na trama, que ganhou uma sequência para o Globoplay, Alex é um é homem decidido, que sempre comprou tudo o que quis, inclusive pessoas. Ao conhecer a jovem Angel, papel de Camila Queiroz, fica completamente obcecado pela modelo. Para ficar cada vez mais próximo da amante, ele decide se casar com a mãe da estudante, Carolina, vivida por Drica Moraes. “Era uma história bem densa e pesada, mas, ainda assim, despertou a torcida do público. Tinha gente que torcia por um final do Alex e da Angel juntos”, aponta.

Você ficou surpreso com o retorno da trama de “Verdades Secretas” no mesmo horário da exibição original?
Eu fiquei muito animado com essa volta da novela, sabe? Muito bom rever e acompanhar agora seis anos depois da exibição original, após vários outros trabalhos diferentes que realizei. Agora acredito que vou rever com prazer, antes era um sufoco. Não gosto muito de assistir a meus trabalhos quando estou fazendo. Estou curioso para saber o que vou sentir agora, revendo tudo um tempo depois e em um período tão diferente.

Antes de a oportunidade para “Verdades Secretas”, você vinha de uma leva de mocinhos no vídeo. O Alex foi importante para quebrar essa sequência de personagens heroicos?
Com certeza. O Alex foi um personagem importante na minha carreira e em um sentido mais pessoal também. Na época, eu vinha de uma série de heróis e receber um personagem tão controverso foi maravilhoso, mesmo que ele tenha caído no gosto do público. Para se ter uma ideia, tinha muita gente que torcia pelo casal Angel e Alex. Eu evitei ao máximo julgar o Alex e manter certo distanciamento.

De que forma?
Então, acredito que o ator tem a função de executar as cenas mesmo que as atitudes do personagem venham contra a sua linha de raciocínio, a sua moral. É um trabalho que não cabe julgar, cabe ao ator apenas decidir a forma como ele vai conduzir o trabalho.

De que maneira você buscou construir o Alex ao longo do folhetim?
Em uma história bem escrita como essa, os personagens estão muito bem delineados. Então, me preocupei em contar a história, com o que ia funcionar, e a única coisa que o Maurinho (Mauro Mendonça Filho) me falou foi para eu não ter medo de fazer um personagem como o Alex depois de uma série de heróis, não ter receio de que o público me odiasse, mergulhar de cabeça…e assim eu fiz. Também tivemos uma preparação intensa com o Sergio Penna para chegar no tom da série, que ajudou bem a desenvolver as características de cada personagem.

Essa repercussão positiva chegou a surpreender você?
Sim, mas eu não tinha tanto contato com as pessoas porque gravava demais, estava na maioria das cenas. Mas eu sinto que até hoje continua repercutindo bastante toda a história que envolve o Alex e a Angel. Muita gente não lembra o nome do meu personagem, mas ainda me chamam pelo apelido de “Raj Grey” (uma referência ao protagonista de “Caminho das Índias” e ao personagem do “best-seller” erótico “Cinquenta Tons de Cinza”). Acho genial como essas imagens se perpetuam ao longo do tempo na cabeça do público (risos).

Além da reprise de “Verdades Secretas”, você também estreia na posição de jurado no formato internacional “The Masked Singer Brasil”. O que chamou sua atenção no convite para participar do programa?
É uma produção inusitada, estamos acostumados a ver outros modelos de “reality”. Nesse, temos pessoas que você conhece, mas que estão em uma fantasia, que só acaba quando se revela. É uma alegria durante todo o programa, mas quando a pessoa tira a máscara é um choque. A experiência é muito divertida. Mas confesso que tomei um susto com o convite. Me ligaram dizendo: “A gente quer você como jurado”. E eu disse que queria participar como mascarado (risos). Mas quando soube quem eram os meus companheiros de bancada, fiquei nas nuvens. Não é uma tarefa fácil adivinhar os participantes.

Como tem sido o período de gravações do programa?
As apresentações são incríveis e as fantasias são inusitadas. Você espera uma coisa diferente e se diverte com a fantasia, analisa a voz. O número acaba ficando curto, tinha de ser um show de uma hora (risos). Quando você vai ver, a performance já acabou porque são muitas informações ao mesmo tempo. Tudo desvia a atenção.

Como assim?
Quando a gente acha que está indo bem, então percebemos que não estamos indo para caminho nenhum. Começa uma apresentação e acho que estou arrasando. Mas, então, o participante fala algo ou muda uma vírgula e toda a certeza acaba. A gente fica bem perdido, os nomes fogem da cabeça. Tentamos trocar ideias entre a gente, mas só nos confundimos mais. Ainda assim, é muito divertido e estou me jogando nas milhões de possibilidades.

Clima pesado

A trama de “Verdades Secretas” trazia discussões densas e pesadas. Apesar do clima de companheirismo nos bastidores, Rodrigo Lombardi tinha certa dificuldade para se desligar do trabalho fora dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. “A energia das gravações como um todo era muito difícil, em alguns dias a tensão era tanta que carregávamos aquilo por um tempo. Era difícil sair do set e contar uma piada para relaxar, eu saía muito cansado, e tinha de dar um jeito de sair do personagem para não levar aquela energia para casa”, ressalta.

Ainda assim, Rodrigo conseguiu estreitar laços com diversos nomes do elenco. O ator relembra a dupla de sucesso com Camila Queiroz, que viveu a sensual Angel. “Contracenar com a Camila foi uma grata surpresa, ela estava muito entregue e confiou nas pessoas que estavam à sua volta. A Drica Moraes é uma atriz muito acima da média, uma gênia, foi incrível estar ao lado dela. Toda a equipe me proporcionou dar o meu melhor, tínhamos diretores incríveis e um autor que escreveu muito bem a obra, o que torna tudo mais fácil para se trabalhar”, valoriza.

Amigos de bancada

Durante o período na bancada de jurados do “The Masked Singer Brasil”, Rodrigo Lombardi tem se divertido com seus colegas de função. Pela primeira vez trabalhando ao lado de Eduardo Sterblitch, o ator tem estreitado laços com o humorista. “Ele é um show à parte. Se não cortarem, ele leva tudo. É muito bom estar ao lado dele”, elogia.

Além de Eduardo, o ator também tem se aproximado da cantora sertaneja Simone. Lombardi ficou impressionado com sagacidade da artista para adivinhar a identidade dos participantes. “Ela tem de ser investigadora de casal. Ela faz palpites certeiros. Tem um futuro muito brilhante como detetive. E a Ivete. Não tem como adjetivar a Ivete, tudo fica pouco quando se fala nela”, brinca o ator, que também divide a bancada com Taís Araújo.

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