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ENTREVISTA

De grão em grão

De volta ao ar em “Cara e Coragem”, Kiko Mascarenhas exalta trama aberta da novela das sete

Por CAROLINE BORGES_TV PRESS

26 de junho de 2022, às 11h07

Kiko Mascarenhas contou com um bom tempo de preparação para viver ambíguo Duarte/Bob em “Cara e Coragem”, da Globo. Mesmo assim, após alguns meses de trabalho, o ator ainda conta com certa dificuldade para falar do personagem da trama assinada por Claudia Souto. Tudo isso porque, aos poucos, ele tem descoberto novos detalhes sobre o papel, à medida em que os capítulos vão avançando.
“Tem muita informação que a gente não compreende exatamente como irá se encaixar no futuro. Recentemente, eu descobri que o meu personagem esteve na cadeia. E, Claudia Souto, pelo amor de Deus, eu não faço a menor ideia de como isso aconteceu. Então, eu preciso deixar alguns espaços para preencher esses vazios no futuro de forma que fique coeso com toda a trajetória”, explica.

Na atual novela das sete, Duarte é o faz-tudo da companhia de dança Vertical e morador de Paquetá. Ele finge ser o rico americano Bob Wright para desfrutar das festas e das altas rodas cariocas. A amiga e cúmplice Jéssica, papel de Jeniffer Nascimento, é a única que conhece seu segredo e a vida dupla. Para não ter sua identidade revelada para os amigos ricos, ele aceita virar “laranja” de Danilo, de Ricardo Pereira, que desconfia do “americano” assim que o conhece

Como tem sido interpretar um personagem que leva uma vida dupla no vídeo?
No teatro, eu já havia feito dois personagens, ficava trocando o tempo todo. Mas na tevê é a primeira vez. Claro que é um desafio, né? A gente busca criar características diferentes em cada um, mas também há um ponto de interseção. O que existe no Bob que é do Duarte e vice e versa. Acho que o mais complexo é quando gravo os dois personagens no mesmo dia.

Por quê?

Você liga um registro e, daqui a pouco, precisa desligar para ligar outro registro. São personagens com comportamentos diferentes, características diferentes. Então, tenho tentado criar pequenas diferenças no caminhar, na postura e na voz. Como são dois papéis, estou em todos os cenários, contraceno com todo mundo da novela. É uma carga de trabalho que eu não estava prevendo. Mas é maravilhoso porque estou sempre falando com todo mundo da novela.

O Duarte é um malandro que quer desfrutar das festas e das altas rodas cariocas. Você teve alguma preocupação para o personagem não ser visto como um tratante e desonesto?

Fico defendendo personagem porque é uma mania de ator. Fico tentando fazer com que ele não seja um mau-caráter. Em um primeiro momento, você fica julgando porque é um cara que se faz passar por outro, quer aproveitar as coisas boas da vida. Então, trago uma certa ingenuidade para ele. O malandro, no fundo, é um ingênuo. Ele acha que vai se dar bem, mas, no fundo, se dá mal. Não sei se ele vai se dar mal no fim.

O que mais chamou a sua atenção na oportunidade em “Cara e Coragem”?

Então, não existe um núcleo de alívio cômico, um núcleo romântico… Não é nada setorizado como nas demais novelas. É tudo muito entrelaçado. São personagens complexos, multifacetados. O Duarte tem informações sobre a trama que a gente não sabe para onde vão. Recentemente, ao longo das gravações, descobri que meu personagem esteve na cadeia no passado. E eu não faço a menor ideia do porquê ele foi preso. O personagem tem um passado que eu não sei

A novela aborda a questão da coragem. De que forma a temática da coragem permeia a sua vida?

Acho que todo ator em algum momento teve de ter muita coragem para bancar a profissão. Penso nisso o tempo todo. Bancar a nossa profissão de artista é algo quer requer muita coragem. Tive de ter muita coragem para me definir como artista. Antigamente, quando eu preenchia algum formulário, eu colocava na profissão “estudante” (risos).

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