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Celebridades

Ana Paula Padrão celebra maior autonomia diante do vídeo

Jornalista encontrou espaço para recomeçar no vídeo a partir de uma nova personalidade diante do público

Por Caroline Borges / TV Press

21 de julho de 2021, às 07h24

A ideia de migrar para o entretenimento foi, claro, um passo profissional importante e enriquecedor para Ana Paula Padrão. Ainda assim, a nova trajetória longe do jornalismo tradicional também se revelou como um momento libertador para a apresentadora do “Masterchef Brasil”, da Band. Após algumas décadas engessada ao “hard news”, a jornalista encontrou espaço para recomeçar no vídeo a partir de uma nova personalidade diante do público.

À frente do “talent show” de gastronomia, Ana Paula fez questão de revelar uma “persona” mais leve e divertida na frente das tão conhecidas câmeras de tevê. “Hoje, eu posso ser eu mesma na tevê. Sou uma pessoa bem-humorada para caramba. Não importa a hora que eu acorde, estou sempre de bom humor. Sou livre para dizer o que penso. Estou cada vez mais feliz e tranquila nesse estúdio. Foi um ganho gigantesco. Foi muito saudável”, valoriza.

Desde 2014 no comando do “Masterchef Brasil”, Ana Paula dificilmente consegue se manter distante da competição. Mesmo estando do lado de fora da disputa, a apresentadora fica tensa e nervosa a cada nova etapa do programa. “A tensão aqui dentro é enorme. A gente consegue ver a responsabilidade de cada um dentro dessa cozinha. O público sempre acha tenso o episódio, mas, para nós, é ainda mais. É difícil se manter longe dessa adrenalina do jogo”, ressalta.

Ana Paula também trabalha ao lado da jornalista Natália Leite na “Escola de Você”, uma plataforma voltada ao empreendedorismo feminino – Foto: Band / Divulgação

Apesar de voltar ao formato original, a nova temporada do “Masterchef Brasil” conta com uma série de mudanças na dinâmica. Essas novidades são um fôlego importante para a disputa após oito temporadas?

Sim, claro. Apesar voltarmos às origens, o programa está mais malandro. O jogo agora é o principal personagem dessa trama. Além de saber cozinhar, os participantes têm de saber jogar. Afinal, que são bons cozinheiros, já sabemos, né? Isso não vai ao ar, mas todos passam por uma curadoria muito criteriosa até chegarem aos estúdios. Todos os 23 participantes são ótimos com as panelas, mas precisam saber jogar e usar as estratégias desde o início. Com isso, aquele participante mediano tem mais dificuldade para se manter na disputa.

Como assim?

Sempre tinha aquele jogador que se destacava para mais ou para menos, sem aparecer muito. Assim, ele ganhava um fôlego para a reta final. Quem optar por esse caminho terá dificuldades. Todo mundo é obrigado a se colocar no jogo e traçar estratégias. Por isso, eu digo que o “Masterchef” tem o ingrediente da malandragem agora. Isso faz o jogo ficar mais interessante e competitivo. Algo fundamental dentro dessa disputa.

O “Masterchef” mexe com sonhos e emoções. Você tem dificuldades para manter suas emoções controladas ao longo da temporada?

A gente sempre sente a tensão das dinâmicas e as responsabilidades tanto quanto os telespectadores. Talvez até mais. Também assisto como quem está em casa. Por isso, é difícil controlar as emoções. Outro dia, durante uma gravação, eu tive uma crise de choro incontrolável. Não posso revelar qual foi o motivo porque vou acabar dando “spoiler” da competição.

Mas você conseguiu retomar a gravação?

Teve muita emoção nesse dia. Eu não conseguia falar ou dar sequência ao programa. Cheguei ao ponto de falar: “Pessoal, acho que não vou conseguir continuar”. Fiquei muito emocionada realmente, mas seguimos, claro. A gente é gente, né? Todos entramos desarmados no estúdio. Todo mundo tem técnica, bagagem e experiência, mas há uma pessoa na sua frente, sonhos. Todo mundo tem coração.

Como foi a chegada da “chef” Helena Rizzo ao time de jurados?

A Helena tem um astral e uma aura incríveis. Ela tem um bom humor que eu não conhecia. Não só dentro dos estúdios, mas nos bastidores também. Dá para perceber que toda a equipe está feliz com a chegada dela. A gente pode gravar de madrugada ou a qualquer hora, a Helena está sempre muito tranquila. É uma felicidade ter a Helena por aqui. Agora, somos três sagitarianos nesse programa. Eu, (Erick) Jacquin e Helena. E você sabe, né? Sagitariano perde o amigo, mas não perde a piada. Está um clima muito bom.

Desde a estreia do “Masterchef”, outras competições de gastronomia dominaram a programação televisiva. Você temeu em algum momento a exaustão do formato?

Somos os primeiros, os pioneiros. Ou seja, isso traz uma responsabilidade incrível e enorme. Toda vez que vamos fazer uma inovação questionamos se estamos no caminho certo. Mas tudo bem a gente ousar, porque nosso público já está esperando. Não temos de brigar pelo espaço. O público gosta do “Masterchef”. Conhecemos bem o formato e o público para poder mexer um pouco nas dinâmicas. Essa responsabilidade é enorme, mas não paralisa a gente. Como temos essa conexão com o público, a gente tem mais coragem para movimentar as temporadas. Isso não nos acovarda.

Após tantos anos dedicados ao jornalismo “hard news”, qual foi seu maior ganho ao migrar para o entretenimento para comandar o “Masterchef Brasil”?

Foi ter ficado mais parecida comigo mesma. O treinamento profissional do jornalista ignora que exista uma personalidade dentro de cada pessoa. Hoje, eu posso me mostrar mais. Sou uma pessoa muito bem-humorada. Não importa a hora, estou sempre de bom humor, gosto de brincar com todos. Atualmente, eu posso dizer o que penso e do jeito que eu penso. Apareço do jeito que sou mesmo. Estou cada vez mais feliz e tranquila dentro desse estúdio. Tudo isso foi um ganho não só de ordem profissional, mas também foi um ganho enorme de ordem pessoal. No entanto, acho que esse jornalismo mais engessado vem mudando com o tempo. E sou uma grande entusiasta dessa mudança.

Por quê?

Claro que é importante que o telespectador ou leitor receba uma visão imparcial do que está acontecendo. O público tem de formar sua opinião dos fatos. Mas acho que o jornalismo exagerava nisso. É claro que cada um de nós foi educado de uma forma, cresceu em um lugar diferente e tem suas crenças e convicções. Tudo isso torna mais difícil a missão de se manter isento o tempo inteiro. Hoje em dia, eu acho muito saudável que todas as pessoas manifestem suas opiniões independentemente da profissão que tenha abraçado. Em momentos de crise, eu acho saudável falarmos que estamos deste lado ou que apoio esse caminho. Isso não significa partidarizar ou apoiar uma pessoa em detrimento da outra. É mostrar que isso você não quer ou não acha saudável.

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