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CINCO PERGUNTAS

Alento no humor

Convite para núcleo cômico de “Além da Ilusão” ajudou Alexandra Richter a enfrentar a perda de Paulo Gustavo

Por MÁRCIO MAIO - TV PRESS

26 de maio de 2022, às 19h01 • Última atualização em 26 de maio de 2022, às 19h02

No dia 4 de maio de 2021, Alexandra Richter ficou arrasada com a perda do amigo e colega de trabalho Paulo Gustavo, que morreu em decorrência de complicações da covid-19. Ela precisava mesmo de um afago, quando o telefone tocou. Era Luiz Henrique Rios, diretor de “Além da Ilusão”, novela das 18h da Globo, na qual Alexandra interpreta a impagável Julinha. Desolada com o que aconteceu, a atriz imaginou que aquela seria mais uma ligação para lamentar a perda do comediante. Mas se surpreendeu com o convite para integrar o elenco da trama. “Foi muito importante. Fiquei muito mexida, muito feliz ao mesmo tempo. E com uma sensação de que, quando as coisas estão em sintonia, elas seguem um fluxo”, lembra.

Na história escrita por Alessandra Poggi, Julinha e o marido Constantino, interpretado por Paulo Betti, são empresários do ramo de jogos. Ela sente um desejo incontrolável por frequentar o cassino da família, mas ele não deixa, já percebendo o vício da mulher. “Constantino e Julinha são apaixonados um pelo outro. É um casal que está junto há muito tempo, mas eles têm química, têm um foguinho sempre aceso. É um casal que se ama, que se curte, mas que briga também, porque ela o enlouquece”, analisa Alexandra. Ao contrário da personagem, ela garante que não tem o hábito de jogar. “Sempre fui muito física. Gosto de vôlei, de nadar, mergulhar. Nunca fui muito da mesa”, diz.

Em “Além da Ilusão”, Julinha tem uma questão com os jogos. Como foi, para você, trabalhar isso na personagem?

A Julinha é uma personagem muito alegre, divertida e simpática, um grande presente que eu recebi e em uma hora muito especial. Ela tem essa questão. Mas, na época, o cassino era liberado. A grande bronca dela é que o marido não a deixa jogar e ela não entende. Eles são os donos do cassino. Mas a gente não entrou nessa temática de falar de vício, até porque é uma novela de época.

Você menciona que Julinha foi um presente, que veio em uma hora especial. Por quê?

O Luiz Henrique Rios me ligou em um dia importante. Foi em maio do ano passado, o Paulo Gustavo tinha acabado de morrer. Eu estava muito triste. Ele telefonou e eu estava aos prantos. Até achei que a ligação fosse pra me dar um beijo, pela perda, porque nós trabalhamos juntos muito tempo. Mas ele veio com o convite e foi muito importante. Fiquei muito mexida e feliz ao mesmo tempo, com uma sensação de que, quando as coisas estão em sintonia, elas seguem um fluxo. O núcleo é uma delícia.

Sua personagem é uma das mais engraçadas da história. De que forma isso influencia sua criação?

Eu acho que o grande barato da Julinha – e algo que eu gosto muito de fazer no humor – é ela ser uma personagem divertida e engraçada, mas ter os conflitos e as dores dela também. Já fiz algumas cenas em que transito da comédia para o drama. Mas não um drama de gênero, e sim de personagem mesmo, de conflito. O grande barato de “Além da Ilusão” é que é uma novela ambientada nos anos 1930 e 1940, mas que podia ser feita em qualquer época. Tem sido um trabalho diferente de tudo que eu tinha feito.

O que mais marcou essas diferenças?

Tem vários aspectos. Mas, por exemplo, foi a primeira vez que participei de uma preparação com a presença da direção e também da autora. Isso nunca tinha acontecido na minha carreira e fez muita diferença para a gente. Ainda mais depois de passar dois anos sem poder trabalhar, sem criar, sem produzir. Fez toda a diferença ter o Luiz e a Alessandra improvisando com a gente. Falamos das nossas fragilidades e das inseguranças dos personagens na presença deles.

A pandemia chegou a afetar a rotina de vocês para essa preparação e o início das gravações?

A gente já estava preparado para um plano B. Acho que como todo mundo, não é? Isso aconteceu em todas as empresas e em todos os ambientes. Para a gente, mudava uma ordem de roteiro, um dia ou outro. Mas foi bem mais trabalhoso para a equipe técnica e para a direção. A gente está muito disponível para essa novela. O que precisar, a gente faz. Estamos ali pelo projeto, viramos uma grande trupe. Queremos fazer essa mágica acontecer.

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