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LEGITÍMA DEFESA

Tribunal de Justiça mantém absolvição de filho que matou o pai em Americana

Vendedor diz que período julgado foi muito difícil e que vai começar vida do zero: "Vou me casar"; caso aconteceu em agosto de 2019

Por Pedro Heiderich

12 de maio de 2021, às 06h47 • Última atualização em 12 de maio de 2021, às 08h23

Em decisão desta terça-feira (11), o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) manteve a absolvição do vendedor Ivo de Oliveira Ambrósio, de 30 anos, que matou o próprio pai, o policial militar aposentado Paulo Sérgio Ambrósio, de 53, em agosto de 2019, em Americana.

Ivo matou pai para defender a mãe; ex-PM, pai agredia o filho e a esposa há 15 anos – Foto: Reprodução – Facebook

Ivo confessou o crime e disse que agiu para defender sua mãe. O vendedor ficou preso na Cadeia Pública de Sumaré e teve liberação decretada pela Justiça poucos dias após o crime. O juiz Marcos Cosme Porto entendeu que Ivo não oferecia risco para a sociedade e podia responder em liberdade.

Porém, o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) entrou com recurso contra a decisão, em segunda instância. Mas o pedido foi negado pelo TJ-SP nesta terça, após sustentação oral da defesa de Ivo.

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Ivo havia sido absolvido em primeira instância, sob argumentação de que o vendedor agiu em legítima defesa de sua mãe, que era agredida pelo pai de Ivo, Paulo Sérgio.

Na decisão desta terça, os desembargadores mantiveram na íntegra a decisão de absolvição sumária proferida em primeira instância, concordando que foi um caso de legítima defesa.

“Ao sentir da defesa a Justiça foi feita. Ivo não é um assassino! Infelizmente o que houve foi uma tragédia familiar, sendo que Ivo apenas defendeu sua mãe e isso ficou reconhecido pelo Poder Judiciário”, declarou Lucas Torrezan, advogado do vendedor.

Ivo falou com o LIBERAL por mensagem e comemorou a absolvição. Conforme explicado por Torrezan, ainda cabe recurso em outras instâncias, mas como não há o que discutir em relação a provas, a possibilidade de novo recurso contra a decisão é praticamente mínima.

“Passei dias sendo julgado por muitas pessoas e foi tudo muito difícil. Mas, graças a Deus e a meu advogado, irei, de fato, iniciar minha vida agora, com 30 anos e sem medo. Casarei com minha noiva e seguirei iniciando do zero”, disse o vendedor.

Relembre o caso

Segundo o boletim de ocorrência do caso, ocorrido no início de agosto de 2019, Ivo esfaqueou repetidas vezes seu pai, o policial militar aposentado Paulo Sérgio Ambrósio, de 53 anos. A ocorrência aconteceu na Vila Santa Inês.

Em depoimento à Polícia Civil, Ivo admitiu o homicídio e contou que, na ocasião, tentava defender sua mãe, que era agredida por seu pai.

A defesa do vendedor alegou no julgamento em primeira instância que o cliente agiu em legítima defesa e que o ex-PM tinha problemas psiquiátricos e agredia a mulher e o filho há 15 anos.

Conforme a Justiça cita no alvará de soltura, o vendedor conta com o apoio da avó paterna, que teria reforçado a falta de discernimento de Paulo Sérgio, o pai. Na época, o temor da defesa do vendedor era que o caso fosse para o Tribunal do Júri, o que não aconteceu.

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