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Dançando

Nostalgia que vira festa no Uruguai

Bares, restaurantes, discotecas e locais públicos embalam nos anos 60, 70, 80 e 90 e colocam o País inteiro para dançar na Noite da Nostalgia

Por Da Redação

20 de agosto de 2019, às 17h14

No dia 24 de agosto o Uruguai para, e durante a véspera do feriado da Declaração de Independência os cidadãos são enfeitiçados pelo poder da noite e grandes sucessos de todos os tempos. As músicas dos anos 60, 70, 80 e 90 evocam aos dançarinos de todos os tipos e cores, em busca de eventos para uma noite de todos com um único slogan: “traer a la memoria y al corazón aquello que fue especial para uno” – em português, trazer à memória e ao coração o que era especial para um.

Sendo agosto o mês em que os uruguaios saem para dançar em inúmeras propostas organizadas por clubes, discotecas, bares, pubs e festas privadas, sozinhos ou entre amigos, aqui apresentamos algumas atrações turísticas que ilustram as décadas anteriores em um quadro de nostalgia mais significativo na história do Uruguai.

Foto: Ministério de Turismo Uruguai / Serrana Díaz
Noche de la Nostalgia

Assim, no mês da nostalgia, entre muitas outras coisas, vale a pena visitar a época colonial, reviver a glória do futebol ou encorajar-se a dar um passeio urbano pela modernidade … Em agosto vale a pena se deixar levar por uma melodia de tango ou imaginar o barulho de artilharia pesada em tempos de disputas entre espanhóis e portugueses.

Em suma, o turismo também tem seu apelo através de diferentes cartões postais que, piscando no presente, nos convidam a olhar para o passado com espanto, curiosidade, gratidão e nostalgia.

Mais informações sobre as festas que acontecem: https://bit.ly/30WNjKe

O motivo da viagem no tempo e celebração a vida

1. ERA COLONIAL

Fundada pelos portugueses em 1680, Colônia do Sacramento é um tesouro para os nostálgicos, com muitos cantos que seduzem visitantes, como a “Calle de los Suspiros”, um lugar de sonho que parece ter sido parado no tempo. Essa rua, a mais emblemática do bairro histórico, tem uma carga de romantismo das mais nostálgicas.

Foto: Ministério de Turismo Uruguai / Serrana Díaz
Calle de los Suspiros

Outra atração com digital nostálgica é a “Puerta de la Ciudadela”, também chamada de “Puerta de Campo”, inaugurada em 1745, cuja paisagem nos permite ver uma única imagem, um forte, um fosso com uma ponte e grandes pilares de pedra.

Para pessoas nostálgicas olhando para outros continentes, sem dúvida um tour por Conchillas, povoado seduz por seu charme e identidade históricos.

A cidade, localizada a 50 km de Colônia do Sacramento, surgiu com a chegada de uma empresa britânica que se instalou, no final do século 19, para a exploração de suas dunas, destinadas à construção do Porto de Buenos Aires. As casas de pedra com seus telhados vermelhos são um testemunho vivo existente por lá.

2. Tempos de disputas entre espanhóis e portugueses

Não é o anseio do trovão das balas de canhão, mas dentro do marco da nostalgia, visitar um dos patrimônios mais originais que o Uruguai possui como a Fortaleza de Santa Teresa, no departamento de Rocha, é reviver um momento incrível de a história e remonta ao ano de 1762. Embora tenha sido construído pela coroa espanhola, a sua fundação e o seu nome são devidos a Portugal.

Foto: Ministério de Turismo Uruguai / Serrana Díaz
Forte de Santa Teresa

Estrategicamente construído sobre uma elevação rochosa de 58 metros acima do nível do mar, as muralhas da fortaleza eram feitas de uma parede dupla de alvenaria de pedra e unidas por estribos. O espaço estava cheio de terra e entulho para resistir ao disparo da artilharia inimiga.

Dentro do mesmo quadro, mas com mais alguns anos de história, há o Forte de São Miguel, construído pelos espanhóis em 1734 e levado pelos portugueses três anos depois, em 1737, para ser reconquistado pelos espanhóis em 1763. A fortificação, em perfeito estado, valoriza uma rica coleção histórica, reproduzindo os ambientes em que viviam seus ocupantes espanhóis e portugueses.

3. 30 anos: a modernidade invade o Art Deco

Para aqueles nostálgicos de art déco, sem dúvida, Montevidéu é uma das melhores cidades do mundo para se divertir. Apenas na Cidade Velha, o turista pode andar um pouco e ver muitos exemplos fascinantes deste movimento de design popular que teve o seu esplendor entre 1925 e 1940.

Foto: Ministério de Turismo Uruguai / Serrana Díaz
Bazar Mitre

A integração de elementos diversos, como ferragens, vitrais, carpintaria e ornamentos em bronze, juntamente com uma manipulação de volume e espaços muito especial, definem o art déco: um universo de abstração e geometrização. Um marco do art déco de Montevidéu é o antigo Bazar Mitre (1929), com sua estrutura metálica e a importante fachada de vidro.

Outro ponto imperdível é o Palácio Díaz (1931), que segundo os conhecedores está afinado – em escala de Montevidéu – com os arranha-céus que surgiram em cidades como Nova York ou Buenos Aires, assim como o Edifício Artigas (1940).

Para viver essa nostalgia arquitetônica, continue andando e chegue ao Edificio Mc. Lean (1931), com suas portas que revelam temas relacionados ao zodíaco e ornamentos mitológicos em concreto e metal. Outro caso de art déco é o Edificio Proalmar, longas linhas horizontais e elementos náuticos que se assemelham a um grande navio lhe definem como uma autêntica estrutura da época.

4. O século 20 e uma melodia no DNA da nostalgia: tango

Embora na noite da Nostalgia a música disco predomine a partir dos anos 60, 70, 80 e 90, para quem se lembra de velhos tempos e sentimentos com outros ritmos e melodias, o tango é sem dúvida um ponto de reunião ideal. Evocando a voz do rei, uma visita por Tacuarembó, traz Carlos Gardel à vida e rememora um glorioso passado uruguaio.

Foto: Wikimedia Commons
Tacuarembó

Quando o frio não desafinar e o casaco tiver bom tom, fazer uma viagem ao Valle Edén é uma boa desculpa para acercar-se da antiga mercearia frequentada pelo Criollo Zorzal, atualmente um museu temático dedicado a esta emblemática figura do tango do Rio da Prata.

Na mesma área, outros cartões postais turísticos podem inspirar nostalgia, como uma antiga estação de trem, muito bem preservada e que ainda parece, o reservatório de água que antigamente era usado para abastecer as locomotivas.

Numa delas, caminhando pelo Valle Éden e imaginando os passos de Gardel sentimos ressoar no ar a melodia de “Nostalgias”, um tango que o artista nunca cantou, mas que, após sua morte, foi escrito por Enrique Cadícamo e com música de Juan Carlos Cobián para um musical de teatro baseado em sua vida.

5. Início do século 20: quando no Uruguai houve uma tourada

Como acontece com o futebol, no início do século 20 no Uruguai as touradas eram festas muito populares, sendo uma tradição celebrada pelos imigrantes espanhóis que, pouco a pouco, estava perdendo público. Isso, além das recriminações feitas por grupos protetores de animais e influentes políticos, determinou que a prática das touradas era proibida, gerando o vazio e a deterioração de um edifício monumental: a Praça de Touros em Real de São Carlos.

Foto: Ministério de Turismo Uruguai / Serrana Díaz
Plaza de Toros

Segundo alguns nostálgicos e conhecedores do assunto, somente entre 1910 e 1912 houve 32 corridas em Colônia do Sacramento, nas quais participaram toureiros de grande importância internacional, como o espanhol Ricardo Torres Bombita agora, o Real de San Carlos se torna um ponto turístico inevitável para os uruguaios e estrangeiros.

Além disso, com a recuperação da Plaza de Toros – em cujas obras a construção do estádio está prevista para a realização de espetáculos esportivos e artísticos, com capacidade para 2.000 -, os espaços turísticos e gastronômicos de seu entorno, sem dúvida, terão um charme particular, em que a cultura das touradas ganhará cor.

6. Décadas de ’30 e ’50: campeões da América e do mundo

Na era do gingado, entre 1930 e 1950, o palco musical foi dominado pelas grandes bandas de Duke Ellington ou Count Basie, mas no cenário esportivo, os protagonistas se tornaram os futebolistas e o Uruguai um ponto de destaque no mapa, já que a primeira Copa do Mundo foi realizada em nosso País em 1930 – com a participação de 13 países – e os jogadores de “la celeste” os primeiros a vencer.

Foto: Ministério de Turismo Uruguai / Serrana Díaz
Estádio Centenário

Como não ser nostálgico por esses anos! Mesmo antes, o futebol uruguaio manteve o ouro nas Olimpíadas de 1924 e 1928. Em seguida, o feito esportivo se repetiria na Copa do Mundo de 1950, cuja final foi disputada pelo Brasil e pelo Uruguai no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Resultando a seleção do vizinho como campeã, num triunfo de 2 a 1.

Neste sentido, Montevidéu tem alguns destinos imperdíveis para fazer da nostalgia outro motivo de celebração. Por um lado, o turista pode ir até o Estádio Centenário, inaugurado em 18 de julho de 1930 – com capacidade para 60.000 espectadores ou ao Museu do Futebol, com uma coleção de objetos de alguns dos destaques da história do futebol do país.

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