17 de abril de 2024 Atualizado 23:47

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Arquipélago

Ilhas Cayman: Bonitas por natureza

Quando Cristóvão Colombo alcançou as águas caribenhas de Cayman, no início dos anos 1500, o que encontrou foi mesmo um paraíso

Por Agência Estado

28 de agosto de 2019, às 16h31

Cercado por um mar cujo tom varia do azul-marinho ao verde-água transparente, o arquipélago Cayman, formado por três ilhas – Grand Cayman, Cayman Brac e Little Cayman – surpreendeu os europeus. Impressionados com a quantidade de tartarugas que ali habitavam, chamaram o local de Las Tortugas. E apesar de o País ter mudado de nome (e de as tais tartarugas terem quase sido extintas após anos de caça), o animal ainda estampa as principais marcas nacionais.

Para os piratas, que começaram a procurar Cayman como esconderijo, as ilhas também foram paraíso. Ao sul de Cuba e ao noroeste da Jamaica, seus 264 quilômetros quadrados de área eram eficientes para se isolarem com seus tesouros saqueados.

Foto: Divulgação
Uma natureza exuberante e imprevisível, que contrasta com a arquitetura padronizada à la Flórida; assim como a paisagem, a história das Cayman dá muitos motivos para considerarmos as ilhas um paraíso

Mesmo hoje, com ares globalizados, o destino ainda é alternativa a quem quer fugir do mundo urbano ou de centros agitados como Miami – a 1h20 de voo.

Paraíso também era à Inglaterra, aliás. Tanto que foi alvo de disputa entre britânicos e espanhóis até a assinatura do Tratado de Madri, em 1750, quando a coroa espanhola reconheceu o domínio inglês. Domínio esse que nunca findou: as Cayman seguem até hoje sob tutela da Grã-Bretanha, tema que divide moradores a favor e contrários à independência.

Foto: Mark Narsanski / Divulgação
Ilhas Cayman

Neste século 21, as Cayman mais uma vez mostraram ser paraíso, dessa vez pelo paladar. As ilhas viraram capital gastronômica do Caribe por investirem em restaurantes que exploram com maestria ingredientes locais, peixes e frutos do mar. Afinal, foi da pesca que a maior parte da população viveu até o início dos anos 1960, quando o turismo começou a crescer para se tornar a maior fonte de renda local.

SISTEMA FINANCEIRO

Foi também nessa época que as ilhas adotaram medidas para atrair bancos, seguradoras e outros investidores do sistema financeiro mundial.

Foto: Divulgação (9)
Ilhas Cayman

Em nome das offshores, seu governo abriu mão da cobrança de impostos, levando o País a se tornar, enfim, o paraíso fiscal que, se nada tinha a ver com aquele encontrado por Colombo, faria (quase) o mundo todo conhecer esse pedaço do Caribe. Em seis dias turistando na Grand Cayman, a maior e mais povoada das três ilhas (e onde está a capital, George Town), esta foi a faceta com a qual menos tive contato.

Afinal, a cada encontro com moradores, vindos de tantas partes do mundo (cerca de 50% da população é imigrante, com maioria de jamaicanos), descobri que a versão mais autêntica de Cayman é sua diversidade cultural, cujo ponto em comum acaba sendo sempre o ritmo e a alegria caribenha.

Foto: Stephen Broadbelt / Divulgação
Cidade das Arraias, Grand Cayman

Basta assistir a um desfile do Batabano, o carnaval local, realizado sempre em maio, para entender a beleza dessa mistura.

ANTES DE IR

Aéreo: a melhor maneira é ir via Miami. Com a American Airlines (aa.com.br), custa a partir de R$ 5.042, saindo de São Paulo.

Foto: Renato Oliveira-Links World Group (5)
Ilhas Cayman

Melhor época: o alerta para possíveis furacões no Caribe começa em agosto e vai até meados de outubro.

Moeda: 1 dólar de Cayman vale R$ 4,63. A maior parte dos lugares aceita dólares americanos – mas o troco vem na moeda local.

Transporte: se quiser alugar um carro, é preciso tirar uma licença (US$ 16). A mão é inglesa (mas há veículos com volante do lado esquerdo). O deslocamento para Little Cayman e Cayman Brac pode ser feito de barco ou avião.

Foto: Divulgação
Jerk chicken ou jerk pork trazido pelos jamaicanos e cuja melhor definição é churrasco à moda caribenha

Rum, jerk e outros sabores

A hondurense Dália foi paciente ao preparar oito mudslides no capricho, com pausas para que tirássemos fotos e aprendêssemos os segredos do drinque mais refrescante e popular de Cayman. Trata-se de uma receita com irish cream, licor de café e vodca, com doses de gelo e uma cereja coroando o copo. Você pode tentar fazer em casa, só não terá o cenário caribenho que faz essa bebida ganhar sentido.

Foi no Rum Point, praia com restaurante, bares e espreguiçadeiras, que provamos o mudslide (10 dólares de Cayman; R$ 47). E também o jerk chicken ou jerk pork trazido pelos jamaicanos e cuja melhor definição é churrasco à moda caribenha.

Foto: Renato Oliveira / Links World Group / Divulgação
Ilhas Cayman estão entre os melhores destinos de mergulho do mundo

Sobre as chamas de uma churrasqueira, as carnes de porco ou frango são grelhadas para compor um colorido prato com arroz, repolho e milho. O que torna tudo especial é o molho apimentado sobre a carne (11 dólares de Cayman; R$ 51).

A entrada na área do Rum Point é gratuita e funciona como nos quiosques das praias brasileiras: você chega, ocupa uma mesa compartilhada, uma espreguiçadeira e um guarda-sol e, em troca, consome. Há também como alugar caiaque, prancha de stand up paddle e fechar passeios que levam para pontos de mergulho, como o que fizemos para Stingray City.

Foto: Divulgação
Flavour Tour

Compras e mais

Na parte mais urbana da Grande Cayman, às margens da baía, está Camana Bay, um centro comercial a céu aberto muito semelhante aos outlets norte-americanos. Além das lojas e dos espaços verdes, há vários restaurantes que valem a parada no almoço ou no jantar.

Para ter uma experiência mais intensa, um bom caminho é o Flavour Tour. Como o nome entrega, trata-se de um tour de sabores: acompanhado de uma guia, você é levado a cinco restaurantes/bares do Camana Bay numa só noite, podendo degustar três pratos e quatro drinques elaborados especialmente para o passeio. Há de entradinhas leves, como saladas e queijos, até massas com frutos do mar e opções da culinária japonesa.

Foto: Divulgação (11)
Ilhas Cayman

Entre as paradas, a que mais chama a atenção é o West Indies Wine Company, um bar de vinhos no qual, com um cartão recarregável, você pode provar mais de 80 rótulos, entre brancos e tintos.

O sistema funciona assim: você carrega seu cartão, insere numa das máquinas e opta pela quantidade que quer que caia dentro da sua taça – há doses a partir de US$ 3. O tour ocorre às quartas-feiras, a partir das 19h. Custa US$ 89 (R$ 340) por pessoa, com tudo incluído; bit.ly/camanatour.

Foto: Divulgação
Cayman Spirits Co

Os segredos do rum

Outro tour interessante é o de degustação de rum, a bebida alcoólica mais popular do Caribe. Na Cayman Spirits Co. (caymanspirits. com), maior produtora da bebida nas Ilhas, você pode tanto visitar a fábrica quanto aproveitar para tomar um (dois, três, quatro…) shots da bebida em suas variações – banana, abacaxi, café…

O rum também tem seus segredos de envelhecimento e armazenamento, podendo repousar em barris de carvalho por meses – alguns barris são postos no fundo do mar para, no chacoalhar das águas, absorverem mais da madeira em seu sabor final.

Foto: Divulgação (10)
Ilhas Cayman

Por ano, a empresa produz 1,3 milhão de litros de rum, o que “não é muito, porque somos pequenos, mas é suficiente para nós”, explica o guia Scott, enquanto serve shots. Além de rum, há produção de vodca e de Rum Cola.

Na loja do “Santuário do Rum”, como eles dizem, estão à venda canecões em forma de barril, o tradicional bolo de rum, e, claro, garrafas da bebida (desde 30 dólares de Cayman; R$ 139). O tour leva de 30 a 40 minutos, com degustação livre no final; 15 dólares de Cayman (R$ 70).

Publicidade