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Vai viajar?

Dez aves para observar no seu próximo passeio

O período de férias é um bom momento para entrar em contato com a natureza

Por Maíra Torres

26 de dezembro de 2019, às 10h47 • Última atualização em 26 de dezembro de 2019, às 10h50

Existem cerca de 10 mil espécies de aves no mundo, sendo que 1,9 mil podem ser vistas no Brasil, e 250 são exclusivas da fauna brasileira. O birdwatching, como é conhecido o ecoturismo da observação de pássaros, é um movimento que mobiliza atualmente cerca de 30 mil brasileiros, segundo a Conservação Internacional.

Foto: Saúde Animal
Além das cores chamativas, o tangará-dançarino desperta a atenção devido a sua dança pré-nupcial

Para ser observador de aves é preciso, no entanto, de disposição e paciência, como colar figurinhas num álbum. No início, os registros podem ser feitos com o celular e a olho nu, mas os binóculos são equipamentos que se tornam fundamentais com o tempo. Também fica mais fácil usando trajes adequados e confortáveis para o contato com a natureza, de cores camufladas para evitar que os pássaros dispersem.

As primeiras horas da manhã e o final da tarde são os horários de maior atividade das aves, mas algumas espécies têm hábitos diferentes. Por isso, é importante estudar as características do pássaro antes de tentar procurá-lo.

Quem quiser pode registrar as aves vistas em um caderninho ou em aplicativos como o E-bird, que gera informações sobre as observações que servem para colaborar com cientistas do mundo todo. A prática pode colaborar com pesquisas científicas e ajudar a identificar características e costumes da espécie.

Independente da região brasileira em que a viagem aconteça, é possível encontrar aves interessantes de serem observadas. Confira curiosidades de dez aves que você não pode deixar de observar:

Arapaçu-de-bico-torto

Além do canto estridente, a característica mais marcante dessa ave é o bico longo, fino e curvado, que pode chegar a 6,5 centímetros de comprimento. Esse formato permite que o arapaçu-de-bico-torto alcance partes da árvore que as outras aves não conseguem chegar, o que facilita a sua alimentação. Seu habitat natural são as florestas subtropicais ou tropicais úmidas, de baixa e alta altitude, localizadas desde a Bahia até o Rio Grande do Sul. Um bom lugar para encontrá-lo é no Parque Nacional do Itatiaia, que fica entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Gavião-carijó

O gavião-carijó é uma das poucas aves de rapina presentes em centros urbanos. Por ser um predador, ele possui um papel indispensável como regulador da fauna, evitando a superpopulação de roedores e pombos nas grandes cidades. Para sobreviver, o gavião-carijó depende de árvores altas, com muitas folhas. Por isso, a escassez de arborização nas cidades pode colocar a espécie em risco. A ave pode ser encontrada em toda a costa brasileira, com destaque para a cidade de São Paulo, onde é mais comum.

Guaxe

No caso do guaxe, o que chama mais a atenção são os seus ninhos, construídos pelas fêmeas em forma de bolsa, medindo de 40 a 70 centímetros de comprimento. Por viverem em grupos, essas aves formam colônias, com até 50 ninhos, dando mais proteção aos filhotes. A localização também é estratégica: normalmente os ninhos ficam no alto de árvores nas florestas ou em palmeiras, nas bordas de matas, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País. Um bom lugar para encontrá-lo é no Parque Natural Braço Esquerdo, em Santa Catarina.

Papagaio-de-cara-roxa

A intensa exploração da mata colocou os papagaios-de-cara-roxa em risco durante muitos anos, mas trabalhos recentes de conservação tiraram a espécies da Lista Vermelha, o que permitiu retomar uma característica dessas aves: a revoada dos papagaios-de-cara-roxa. No início da manhã e ao final da tarde, milhares de pássaros voam juntos, em um cenário único, principalmente durante o outono. Para encontrar essas aves, o lugar mais indicado é o Parque Nacional de Superagui, no Paraná, onde fica localizado o principal dormitório do papagaio-de-cara-roxa do País.

Guará

Com plumagem em tom vermelho vivo, o guará é considerado uma das mais belas aves brasileiras. A coloração vem da cataxantina, substância encontrada em abundância na casca do caranguejo, que é a sua principal fonte de alimento. Devido a sua alimentação, o guará pode ser encontrado em mangues na Bahia, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Na cidade de Cubatão, no interior paulista, é comum encontrar essas aves próximas às áreas naturais.

Maria-leque-do-sudeste

Em situações normais, a maria-leque-do-sudeste parece não ter características que chamem a atenção. Ao se sentir ameaçada, ela exibe sua crista, que é semelhante a um leque colorido, abre bem o bico e move a cabeça para os lados. O leque pode ser escarlate, preto e azul nos machos e variar entre o vermelho e o laranja nas fêmeas. Essa ave ocorre até 800 metros de altitude e é normalmente encontrada em grupos, principalmente nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. É possível encontrá-lo no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), em São Paulo.

Tangará-dançarino

Além das cores chamativas, o tangará-dançarino desperta a atenção devido a sua dança pré-nupcial. Entre agosto e janeiro, os machos se reúnem em grupos de quatro a seis indivíduos enfileirados e se revezam em acrobacias para se exibirem para a fêmea. Após o ritual, a fêmea toma sua decisão e escolhe um parceiro. A dança se tornou tão famosa que virou destaque no documentário “Nosso Planeta”, lançado este ano pela Netflix. O pássaro pode ser encontrado nas regiões Sul e Sudeste do País, principalmente na Reserva Natural Salto Morato, onde foi gravado o documentário.

Saíra

Se estiver em busca de aves chamativas, procure o saíra-sete-cores, o saíra-de-lenço e o saíra-militar. Preto, vermelho, verde, azul e laranja são algumas das cores presentes nessas espécies, em diferentes tons e intensidades. Normalmente, os machos adultos costumam ter um colorido mais vivo. Essas aves também são do gênero dos Tangarás, que possui cerca de 22 espécies no Brasil, conhecidas por serem pássaros tropicais muito coloridos e vistosos. As aves podem ser encontradas da Bahia até o Rio Grande do Sul, como no Parque Estadual Xixová Japuí, em São Paulo.

Andorinha-grande

Também conhecida como andorinha-doméstica-grande, ela é a maior andorinha do Brasil, medindo de 16 a 22 centímetros de comprimento, com peso que varia entre 33 e 50 gramas. A ave costuma viver em áreas abertas, em fazendas e cidades. Ao escurecer, milhares de indivíduos se juntam e sobrevoam a cidade, fazendo manobras sincronizadas, até pousarem em árvores, fios de eletrificação ou no solo. Essa andorinha pode ser encontrada em cidades das regiões Sul e Sudeste do País.

Tico-tico

Uma das aves mais populares no País, o tico-tico virou até personagem de uma canção escrita por Eurico Barreiros e interpretada por Carmem Miranda. Diferentes das outras aves, esses pássaros costumam viver sozinhos ou em casal, passando a maior parte do tempo saltitando pelo chão. Por ser muito comum, ele pode ser encontrado em quase todos os tipos de ambiente, inclusive em áreas urbanas. É mais fácil de ser visto na Serra do Mar paranaense e catarinense.

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