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Identificação

Reconhecimento facial: nova identidade?

O reconhecimento facial já está presente em smartphones, lojas, supermercados, metrô e em sistemas de segurança pública

Por Da Redação

14 de janeiro de 2020, às 14h19

No Brasil, o reconhecimento facial ainda é uma tecnologia pouco explorada, mas exemplos mundo afora, como a China, mostram como uma vida repleta dessa tecnologia é possível e pode facilitar o dia a dia dos cidadãos – apesar de também levantar o debate do fim da era da privacidade.

Na última década, o software de reconhecimento facial emergiu como uma das mais poderosas tecnologias biométricas capazes de identificar e verificar indivíduos com base em uma imagem digital.

As melhorias nos sistemas de reconhecimento facial – devido principalmente ao progresso no aprendizado de máquina – devem impulsionar o mercado para essa tecnologia, que deverá crescer, em média, 21,3% nos próximos quatro anos, movimentando US$ 9,6 bilhões até 2022, segundo a Allied Market Research.

Foto: Adobe Stock
No Japão, o reconhecimento facial será um tópico importante para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio

Afinal, como funciona o sistema de reconhecimento facial? Para identificar uma pessoa, o sistema analisa todas as características do rosto, como distância dos olhos, tamanho do nariz, boca e mandíbula.

O processo de detecção de rosto é uma etapa essencial, pois identifica e localiza rostos humanos em imagens e vídeos.

O processo de captura de rosto transforma uma informação analógica (uma face) em um conjunto de informações digitais (dados) com base nas características faciais da pessoa.

O processo de correspondência de faces verifica se duas faces pertencem à mesma pessoa. Essas informações viram um algoritmo, que por sua vez se transforma em uma identidade biométrica.

E isso é bom ou ruim? Os dois.

A tecnologia de reconhecimento facial tem muitas aplicações, desde a identificação de desordens genéticas raras na área da saúde e a melhoria da experiência do consumidor nos setores bancário e de varejo, até a aceleração das verificações de segurança nos aeroportos.

Embora o desenvolvimento da tecnologia crie oportunidades sem precedentes para usos socialmente benéficos, também representa uma ameaça aos direitos humanos e à privacidade.

NA PRÁTICA

Sem dúvidas, a Ásia é hoje a maior referência em reconhecimento facial no mundo e a sociedade mais vigiada também. Somente a China conta com 176 milhões de câmeras de vigilância e até 2023 deverá adicionar mais 420 milhões. Absolutamente tudo é monitorado. Um verdadeiro Big Brother a céu aberto!

Exemplos não faltam. O Alipay, um pagamento móvel e on-line chinês, permite o login pelo rosto e possui aproximadamente 520 milhões de usuários registrados. A tecnologia é usada para ativar a funcionalidade “smile-to-pay” em um KFC em Hangzhou, China, o que permite que aqueles com os rostos registrados na plataforma possam usar a face para pagar pela comida.

Por lá também, a polícia usa reconhecimento facial para localizar pessoas de interesse nas multidões e se utiliza de dispositivos vestíveis no estilo Google Glass, óculos de realidade aumentada, que permitem que um policial escaneie o rosto de quem está olhando.

Há ainda reconhecimento facial em banheiros públicos para evitar o roubo de, acredite se quiser, papel higiênico! Em algumas regiões, a pobreza é tamanha, que o recurso é necessário. E quem atravessa a rua no sinal vermelho é pego pelo sistema e uma foto é exposta em uma tela, justamente para mostrar que a pessoa está fazendo algo de errado.

Em 2020, definitivamente o Black Mirror chegará com força total na China e os dados capturados pelo sistema de reconhecimento facial ajudarão a premiar bons cidadãos.

Usuários com alta pontuação terão preferência, por exemplo, para comprar passagens aéreas e de trem bala, nos disputados feriados nacionais. Usuários com pontuação baixa poderão ficar excluídos desses serviços em momentos de pico e forçados a viajar de ônibus.

NO BRASIL

Mundo afora, outros exemplos, digamos mais simplistas, estão aí para provar a aplicação do reconhecimento facial, inclusive no Brasil. Por aqui, Nubank, 99, Loggi, Banco Original, Neon e Gol autenticam processos digitais e aprimoram serviços por meio da tecnologia. Também tem sido usado para aprimorar a segurança nacional.

Durante o Carnaval em Salvador, no começo deste ano, um homem foi preso graças ao sistema de reconhecimento facial implementado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia ao ser identificado como o assassino de uma mulher.

No Japão, o reconhecimento facial será um tópico importante para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. A tecnologia será usada para identificar pessoas autorizadas e conceder-lhes acesso, melhorando automaticamente a experiência e a segurança.

Em Sydney, o reconhecimento facial está passando por testes nos aeroportos para ajudar a transportar as pessoas de maneira muito mais rápida e segura. Na Índia, o projeto Aadhaar é o maior banco de dados biométrico do mundo. Ele já fornece um número de identidade digital exclusivo para 1,2 bilhão de residentes.

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